Bicicletas da Volta a Portugal com tecnologia de ponta e preço condizente
Bicicletas custam mais de seis mil euros e requerem uma manutenção pormenorizada durante todos os dias da corrida
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Como ferramentas centrais no rendimento dos ciclistas nesta Volta a Portugal, as bicicletas que as várias equipas utilizarão durante a prova são autênticas peças de tecnologia, avaliadas em milhares de euros, que para funcionarem na perfeição precisam de horas de preparação e de uma manutenção constante. O preço justifica-se, em parte, pela qualidade dos materiais.
"Só uma bicicleta pode custar mais seis mil euros, mas não pensamos muito no valor. Queremos é que estejam nas melhores condições para o atleta, pois todos os pormenores contam. É preciso, diariamente, lavar, lubrificar e eventualmente solucionar problemas mecânicos", explicou, ao JN, Nélson Rocha, mecânico da W52/F. C. Porto, que nos últimos anos tem preparado os velocípedes que ajudam a consagrar o camisola amarela da prova.
E num desporto decidido ao segundo, onde qualquer falha pode ser fatal, a tarefa dos mecânicos tem de ser multiplicada por todos os corredores da equipa, numa operação onde a capacidade logística é preparada ao detalhe. "Temos setes ciclistas, e para cada um levamos três bicicletas, três pares de rodas, mais peças suplentes e ferramentas. E como são onze dias corridas, não pode faltar nada, pois não há tempo para voltar à oficina", explicou o mecânico, que tem a seu cargo as 21 bicicletas que os "dragões" vão levar para a Volta, com um valor total superior a 120 mil euros.
Nélson Rocha, que também foi ciclista, garante que as máquinas que equipam a maioria das equipas nacionais são em tudo semelhantes às utilizadas pelas milionárias formações internacionais que participam, por exemplo, na Volta a França, e destacou evolução constante da tecnologia.
"São bicicletas cada vez mais robustas para que a potência do atleta a pedalar seja o máximo possível transportada para o rendimento na estrada. A cada ano que passa estão mais eficazes", detalhou o mecânico que está no conjunto azul e branco desde 2016, mas continua a sentir a adrenalina de uma participação na Volta a Portugal, como a grande montra do seu trabalho.