Sporting volta aos triunfos, após quatro derrotas, ao vencer o Boavista por 3-2. Leão estende algumas garras no ataque, mas a defender mostra-se um gatinho assustado e quase em pânico.
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Depois de quatro derrotas consecutivas, o Sporting voltou aos triunfos diante do Boavista (3-2), em Alvalade. A vitória pela diferença mínima atenua, para já, a crise e funciona como apólice de seguro de João Pereira, mas não afasta as dúvidas em relação à evolução da equipa e à liderança técnica.
O leão surgiu com um futebol alegre, vistoso, mas continua ansioso e a falhar muito no ataque. Além disso, revela uma fragilidade atroz no plano defensivo e deixa os adversários acreditar que tudo é possível. No meio desse quase “bipolarismo”, esteve sempre em vantagem, mas permitiu que o rival marcasse por duas vezes (já lá vão 12 golos sofridos em seis jogos) e acreditasse que o empate era possível até ao fim. Acabou o jogo assustado e com as bancadas em enorme sobressalto.
O Sporting entrou com boa dinâmica e a imprimir velocidade às combinações perto da área axadrezada. Criou uma autêntica via verde, mas falhou chances em série. Gyokeres entrou com o pé esquerdo, repetiu a dose pouco depois, tal como Trincão e Maxi. Havia sempre ansiedade a mais e falta de discernimento no momento da verdade.
No meio da incerteza, o Sporting recebeu uma ajuda de Pedro Gomes que fez um mau atraso, intercetado por Gyokeres. O sueco marcou, mas não evidencia a confiança do passado. O atacante parece sem o instinto de matador de outros tempos.
Em vantagem, o leão manteve o domínio, mas concedeu sempre espaço nos flancos. E só foi preciso uma tentativa para Bozeník gelar Alvalade.
Na etapa complementar, o Sporting voltou a acelerar, Trincão concedeu cedo nova vantagem, que podia fazer reencontrar a equipa, mas o Boavista foi uma vez mais letal. Onyemaechi rematou forte e Israel foi mal batido. Novo empate para um conjunto a lutar contra muitos fantasmas, que seria salvo por Trincão, concedendo mais tempo de “vida” a João Pereira. O campeão manteve a vantagem, mas esteve quase sempre em pânico perto da sua área.
Positivo
Trincão bisou e Gyokeres voltou aos golos em lances de bola corrida, após a entrada de João Pereira, mas está menos confiante. Geny deu dinâmica e Bozeník não tremeu no momento da verdade.
Negativo
Pedro Gomes borrou a pintura num atraso e “ajudou” o leão. Maxi e Geny estiveram bem no ataque, mas não fizeram tudo a defender. Franco Israel foi mal batido no segundo golo dos axadrezados.
Arbitragem
Perto do lance, revelou-se indiferente perante a queda de Maxi na área logo aos nove minutos. O juiz leiriense adotou um critério amplo e permitiu o contacto físico.