Duas semanas depois de ter anunciado que vai deixar a presidência da FIFA e de abrir caminho a eleições no organismo que gere o futebol mundial, Joseph Blatter estará a repensar a decisão e pondera dar o dito por não dito.
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A notícia foi avançada por um jornal suíço, que cita fonte próxima do ainda presidente da FIFA, que anunciou a demissão quatro dias depois de vencer as eleições, marcadas por um clima de suspeitas espoletado por uma investigação dos EUA a dirigentes de topo da roganização.
Blatter, eleito a 29 de maio, estará a ponderar cumprir o mandato, de quatro anos, até ao fim, depois de ter recebido manifestações de apoio por parte das confederações africana e asiática e da demissão de Walter de Gregório, diretor de comunicação da FIFA.
Walter de Gregório, um dos que "exigiram" a saída de Blatter, demitiu-se da FIFA depois de ter dito uma piada numa entrevista: "Blatter, Jérôme Valcke [secretário-geral] e eu vamos num carro. Quem conduz? A polícia", brincou o antigo jornalista aos microfones de uma televisão suíça.
Gregório não teve outra hipótese que não entregar a carta de demissão e a sua saída retirou alguma pressão dos ombros de Blatter, segundo o jornal suíço "Schweiz am Sonntag", que teve eco um pouco por todo o mundo, sobretudo nos Estados Unidos.
Foi, aliás, o Departamento de Justiça norte-americano que indiciou nove dirigentes e ex-dirigentes de associação criminosa, num caso de corrupção que envolve perto de 140 milhões de euros. Blatter não foi indiciado, mas, agora, até o Departamento de Auditoria da FIFA pede a "cabeça" do ainda presidente.
"É claramente indispensável consumar o processo anunciado de mudança na liderança", escreveu o responsável do departamento de Auditoria da FIFA, Domenico Scala em comunicado emitido domingo.