Extremo formado nos catalães chegou a ser visto como o sucessor de Messi, quando chegou à equipa principal do Barcelona com 17 anos. Várias lesões e problemas psicológicos travaram a afirmação do espanhol, que passou por sete campeonatos e nove clubes ao longo da carreira.
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Bojan Krkic, apontado em adolescente como o "próximo Messi", pendurou as chuteiras esta quinta-feira, aos 31 anos. Quando o espanhol, de origem sérvia, apareceu em 2007 na equipa principal do Barcelona, depois de ter marcado mais de 800 golos nos escalões de formação em La Masia, tornou-se imediatamente um elemento útil na equipa de Frank Rijkaard.
Com quase 50 jogos, 12 golos e uma assistência na primeira época na equipa sénior, ainda com idade de júnior, era visto como um dos maiores talentos da academia do Barcelona das últimas décadas, levando a que fosse conhecido como o sucessor de Lionel Messi, pela forma de jogar semelhante à do argentino.
Depois do forte impacto inicial, Bojan fez mais três temporadas de bom nível em Camp Nou, somando mais de 30 jogos em cada uma e assumindo um papel importante na equipa, já orientada por Pep Guardiola.
Porém, a pressão sobre o jovem fez com que começasse a sofrer de ansiedade, impedindo-o de ser convocado para o Euro 2008, que a seleção espanhola acabaria por vencer, marcando o início de uma era de domínio no futebol internacional.
Em 2011, perdeu espaço no clube blaugrana e rumou ao campeonato italiano, para representar a Roma, numa transferência que rendeu ao Barcelona 12 milhões de euros. Após uma época em que marcou sete vezes pelos romanos, foi emprestado ao Milan, onde não jogou tanto e apenas marcou três golos.
Bojan tardava em afirmar-se, pelo que surpreendeu o regresso a Barcelona no verão de 2013, a troco de 13 milhões de euros. O extremo, ainda com 22 anos, foi imediatamente cedido ao Ajax. Em Amesterdão, foi titular indiscutível e acabou por se sagrar campeão da Eredivisie.
Apesar da boa temporada nos Países Baixos, o Barcelona não ficou convencido e vendeu o avançado pela segunda vez em três anos, desta vez aos ingleses do Stoke City, por cerca de 1,8 milhões de euros.
Em Inglaterra, começou o calvário de lesões para Bojan, o que travou a sua afirmação na Premier League. Em janeiro, sofreu uma rotura dos ligamentos cruzados, que o afastou dos relvados por mais de meio ano.
Em 2015/16, depois de debelada a grave lesão, voltou a jogar pelo Stoke City e terminou a época com sete golos e duas assistências. Apesar da notória quebra de velocidade e poder de explosão, o espanhol destacava-se pela capacidade técnica acima da média.
A temporada seguinte não correu tão bem, e o extremo, já com 26 anos, acabou emprestado ao Mainz no mercado de inverno. Meia temporada pouco interessante na Bundesliga fez com que fosse cedido novamente em 2017, desta vez ao Alavés. De volta a Espanha seis anos depois, Bojan voltou a ser muito prejudicado por uma lesão, desta feita de cariz muscular. Fez apenas 15 partidas pelo emblema basco.
Em 2018/19, já com o Stoke City no Championship, segundo escalão inglês, fez mais de 20 jogos, mas saiu a meio da temporada para uma nova experiência no estrangeiro, a primeira fora da Europa. No Canadá, representou o CF Montréal, da MLS.
Dois anos mais tarde, com 30 anos, rumou ao Vissel Kobe, do Japão, naquele que seria o seu último clube. No início de 2023, foi dispensado pelo clube onde ainda joga o ex-companheiro Andrés Iniesta.
Bojan Krkic teve o auge da carreira na adolescência, e desde então vários problemas dentro e fora do campo não permitiram que se tornasse um dos melhores jogadores do mundo, como os primeiros anos no Barcelona indicavam. Curiosamente, marcou quase metade dos golos da carreira ao serviço dos catalães, de onde saiu aos 20 anos.