O porta-voz do Sporting, Fernando Correia, assegurou que Bruno de Carvalho continua a ser sócio do clube e presidente do Conselho Diretivo, uma vez que não reconhece legitimidade à Comissão de Fiscalização, criada por Jaime Marta Soares.
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Na conferência de imprensa desta quarta-feira, em que Bruno de Carvalho não marcou presença, Elsa Judas, presidente da comissão transitória da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting, garantiu que o dirigente leonino continua em funções. "É a lei que lhe dá a garantia de que ele vai continuar em funções (...) Com certeza que o dr. Bruno de Carvalho e a sua direção estão legitimados por quem têm de estar, pelos sócios", disse.
E afirmou que o ex-presidente da Mesa da Assembleia-Geral (MAG), Jaime Marta Soares, percebeu que o Conselho Diretivo (CD) tem feito um "excelente trabalho cada vez mais reconhecido pelos sócios", acrescentando que "já se percebeu que se Bruno de Carvalho e o CD a que preside for a eleições, ganha."
"Não há nenhuma decisão judicial que determine a ilegalidade" das assembleias-gerais marcadas, nomeadamente a de 17 de junho e de 21 de julho, disse ainda, atirando que a assembleia destitutiva de dia 23 de junho, marcada por Marta Soares, "está cheia de irregularidades do início ao fim" e "nunca destituiria este Conselho Diretivo". "Ninguém pode tirar o órgão em funções sem ter uma decisão judicial", apontou Elsa Judas.
"Todas as decisões cabem aos sócios em plenário", sublinhou, indo ao encontro da mensagem veiculada por Trindade Barros, também membro da comissão transitória. "A MAG estava focada num único objetivo, a demissão do Conselho Diretivo", disse o advogado, reiterando que a "única missão" da comissão transitória é "defender os sócios" e não "os interesses do presidente do CD", cumprindo os estatutos.
"O que está aqui em causa é que a MAG está cegamente focada na destituição do único órgão que estava em funcionamento e que tinha sido nomeado pelos sócios", continuou.
Quando questionado sobre se Bruno de Carvalho teve "receio" em comparecer na conferência de imprensa, a presidente da comissão transitória respondeu que o dirigente não está presente porque os membros da comissão têm legitimidade para responder "às questões". "Não faz sentido ter medo de uma decisão de quem não tem competência", disse Trindade Barros, com Fernando Correia a reiterar: "O presidente do Sporting vem às instalações quando quiser".
Sobre a "legitimidade" da comissão transitória, Elsa Judas disse que os estatutos do clube "têm de obedecer ao Código Civil". "A nomeação desta comissão respeita a lei geral da República", reforçou.
A comissão esclareceu ainda que a assembleia-geral marcada para 17 de junho, próximo domingo, vai realizar-se. "É o Supremo Tribunal de Justiça que diz que é o CD que pede à MAG para fazer as convocatórias. Mas quem convoca é o CD. Isto é o que diz o Supremo Tribunal de Justiça e é o que diz a lei", disse Trindade Barros.
No auditório Artur Agostinho, em Alvalade, estiveram presentes Fernando Correia, porta-voz do presidente leonino, Elsa Judas, presidente da comissão transitória da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do clube e Bernardo Trindade Barros.
A Comissão de Fiscalização do Sporting, nomeada por Jaime Marta Soares, suspendeu preventivamente Bruno de Carvalho, esta quarta-feira, com efeitos imediatos.
Com esta decisão, todos os membros do Conselho Diretivo estão impedidos de entrar nas instalações do clube, dispondo de dez dias para responder à nota de culpa enviada esta manhã. Todos os atos que tomarem a partir deste anúncio são nulos, explicou a Comissão de Fiscalização (CF) em conferência de imprensa.