Conquistas do título nacional e da Supertaça são os pontos altos do primeiro ano do treinador à frente das águias. Campanhas na Liga Europa e na Champions aquém das expectativas.
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Anunciado como treinador interino do clube, a 3 de janeiro de 2019, poucos apostariam que, um ano volvido, Bruno Lage estaria de pedra e cal no banco das águias. A verdade é que o conseguiu, em grande parte devido à conquista do título nacional de 2018/19, depois de recuperar uma desvantagem de sete pontos em relação ao F. C. Porto. E, também, ao facto de ser o atual líder do campeonato e de manter a aposta firme na formação do Seixal. Lançou João Félix, em definitivo, para a titularidade - foi vendido por 120 milhões de euros em julho ao Atlético de Madrid -, e deu também asas aos jovens Ferro, Florentino e, já esta época, Tomás Tavares.
Os encarnados continuam, porém, a andar a duas velocidades: a nível interno não falta vitalidade, mas nas provas da UEFA não convencem: só cinco triunfos em 12 duelos europeus. Em Portugal, além da vitória no campeonato, graças a uma segunda volta imparável, que incluiu triunfos em Alvalade, no Dragão e em Braga, conquistou também a Supertaça, em agosto, após golear o Sporting, por 5-0.
Ainda assim, nem tudo foram rosas. Na Taça de Portugal 2018/19, o Benfica foi eliminado frente ao Sporting nas meias-finais e na Taça de Liga pelo F. C. Porto. Nesta temporada, os encarnados também já saíram da Taça da Liga, ficando atrás do V. Guimarães na fase de grupos.
Fora de portas, o ritmo tem sido bem mais lento. Em 2018/19, o técnico só disputou a Liga Europa e a aventura terminou nos quartos de final, aos pés do Eintracht Frankfurt.
Já nesta época, o Benfica voltou a fracassar na Champions: apenas duas vitórias no grupo não foram suficientes para chegar aos oitavos. Bruno Lage apostou na juventude na competição milionária e pagou caro por isso. Resta a Liga Europa e o primeiro obstáculo, no próximo mês, é o Shakthat Donetsk.
Registo
42 vitórias em 56 jogos
Com Lage ao comando, a maioria dos resultados foi positivo. Arrecadou 31 triunfos no campeonato, cinco na Taça de Portugal, três na Liga Europa, dois na Liga dos Campeões e um na Supertaça.
148 golos marcados
As águias tornaram-se uma máquina de fazer golos, com uma média de 2,64 por partida. O jogo com mais tentos foi o realizado com o Nacional, em fevereiro de 2019, que o Benfica goleou por 10-0.
2 resultados negativos
Em 31 jogos disputados na Liga portuguesa, o Benfica de Bruno Lage só não venceu dois: na época passada, com o Belenenses (2-2), e na atual, ante o F.C. Porto (0-2). Ambos disputados no Estádio da Luz.
Qual é o balanço do primeiro ano de Bruno Lage?
"O balanço é altamente positivo. Recuperar um atraso de sete pontos a partir de janeiro e ser campeão foi muito meritório. Na formação, a aposta tem de continuar, mas com peso e medida"
António Figueirdo
Empresário
"O percurso de Lage tem sido positivo. Ganhou um campeonato que estava dado como perdido. Entre os aspetos negativos, destaco a Champions. A esta hora, já percebeu que não pode jogar só com os meninos"
Gaspar Ramos
Empresário
Momentos marcantes
6 de janeiro de 2019: A era Bruno Lage começou com a receção ao Rio Ave e, aos 20 minutos, o Benfica perdia por... 0-2. No entanto, não se deixou abater e deu a volta ao texto (4-2).
2 de março de 2019: O Benfica viajou para o Dragão com um ponto de atraso e saiu com dois de vantagem. A vitória sobre o F. C. Porto, por 2-1, abriu-lhe as portas do título nacional.
27 de novembro de 2019: O duelo com o RB Leizpig era fulcral para o futuro na Champions, mas o Benfica foi ao tapete nos descontos. Esteve a vencer por 2-0, mas acabou empatado (2-2).
5-0: No Algarve, em agosto, o Benfica goleou o Sporting e conquistou a sua oitava Supertaça.