Combinação "made in" Manchester City abre caminho à vitória sobre a República Checa e dá liderança isolada. Gonçalo Guedes fez o segundo golo.
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Portugal venceu a República Checa (2-0), ontem, em Alvalade e isolou-se na liderança do grupo A2 da Liga das Nações. Uma triunfo justo e assente, essencialmente, numa exibição competente perante um adversário tímido, calculista e que preferiu nunca correr muitos riscos, mesmo a perder. Os lusos estiveram longe do brilhantismo do duelo com os suíços, mas dominaram em toda a linha e só viveram alguns sobressaltos, na fase final da discussão, depois de desligarem os motores e entrarem em modo relaxamento. Ainda assim, a esperança checa foi pura ilusão.
A dupla do Manchester City, Bernardo Silva e João Cancelo, revelou-se fundamental na combinação da arrancada para o triunfo de um conjunto que exagerou na exploração da zona central e só conseguiu atacar pelo flanco direito. Ronaldo foi acarinhado, mas esteve infeliz.
Portugal entrou um pouco hesitante e perdeu alguns passes na zona central. Com Bernardo Silva recuado para tentar desequilíbrios, a seleção tentou ultrapassar o oponente, bem agrupado na zona central, mas cometeu o pecado de utilizar pouco as alas.
Ao contrário da Suíça, adversário anterior, os checos revelaram maior eficácia defensiva. Não se desuniram, nem avançaram para campo aberto, impedindo roturas nas costas da linha defensiva.
Neste registo, a luta decorria junto à fronteira checa, mas sem chama, e até foi Kuchta a fazer brilhar Diogo Costa.
A ameaça encontrou resposta com a ementa indicada. Cancelo e Bernardo Silva combinaram no flanco direito e o lateral fuzilou Stanek, num tiro de raiva.
A vantagem merecida pelo domínio foi ampliada pouco depois, numa nova "dose" de Bernardo Silva agora para Gonçalo Guedes.
O resultado colocou os checos perante o dilema de aumentar a audácia ofensiva, opção que ampliaria o risco de sofrimento ou mesmo "suicídio". A formação de Jaroslav Shilavy manteve prudência e só incomodou o onze luso, numa fase em que houve algum excesso de individualismo.
POSITIVO: Bernardo Silva voltou à titularidade com duas assistências. Cancelo tornou a marcar e embalou a equipa para o triunfo. Pepe chegou ao pódio dos mais internacionais com uma exibição segura.
NEGATIVO: Raphael Guerreiro ofereceu segurança, mas não revelou profundidade para dar outra rotação ao flanco. Rúben Neves arriscou um drible à entrada da área, originando a melhor chance dos checos.
ÁRBITRO: Amarelou bem William Carvalho logo na fase inicial, depois do médio ter acertado no adversário com o cotovelo. Manteve um critério uniforme no plano disciplinar.