O ciclista português Cândido Barbosa, a grande referência do pelotão nacional nos últimos anos, anunciou, quarta-feira, o final da sua carreira profissional.
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Cândido Barbosa, o "foguete da Rebordosa", arrumou hoje a bicicleta, aos 36 anos, deixando o ciclismo com 121 vitórias e sem qualquer frustração por ter falhado no currículo o triunfo na Volta a Portugal.
"Fiz tudo para ganhar a Volta a Portugal, mas não saio do ciclismo com qualquer frustração por não o ter conseguido. Fico em paz com o ciclismo e com a consciência de que deixei uma presença vincada na modalidade", disse o agora ex-ciclista na conferência de imprensa em que anunciou o adeus.
Uma lesão nos tendões rotulianos, que o obrigava a nova intervenção cirúrgica e a perder praticamente o resto da temporada, antecipou a decisão de Cândido Barbosa, que fez questão de se despedir na sede da Federação Portuguesa de Ciclismo, em Lisboa.
"A natureza assim o exige. Não tenho condições para continuar", lamentou Cândido Barbosa, que agora vai dedicar-se em exclusivo ao cargo de vereador da Câmara Municipal de Paredes.
Num rescaldo da carreira, Cândido Barbosa destacou o triunfo no Europeu de sub-23, em 1995, nas estradas inglesas, como um dos momentos mais altos da carreira, apontando as lesões sofridas nos "sprints" como os pontos mais amargos.
"Cada vitória teve o seu sabor especial, mas o Europeu de sub-23 foi uma marca única no início da minha carreira. As quedas também me deixaram marcas para sempre", brincou Cândido Barbosa.
Presente na despedida, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), Artur Lopes, também quis destacar o triunfo no Europeu de 1995, "a primeira grande vitória internacional" do organismo a seu cargo.
"Foi um marco que ficará sempre para a história desta casa e do ciclismo português. E com pena que assistimos à despedida de um ciclista com grande carisma", sublinhou Artur Lopes.