“Carácter íntegro”, "exemplar" e “respeitador”: Paulo Fonseca com defesa de peso
Deco, Tiago Pinto, Dario Srna e José Fonte acreditam que o episódio no jogo com o Brest não se repetirá e que o treinador português está arrependido. Paulo Fonseca será ouvido esta quarta-feira após ter encostado a cabeça a um árbitro.
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A defesa de Paulo Fonseca quanto a um possível castigo que pode ir até sete meses de suspensão, por ter encostado a cabeça a um árbitro num jogo da liga francesa, conta com vários testemunhos que estarão à consideração da Comissão Disciplinar da Liga francesa de futebol que, esta quarta-feira, ouvirá as justificações do treinador português do Lyon.
Em causa está o episódio na parte final do Brest-Lyon, que valeu a expulsão a Paulo Fonseca, com o árbitro em questão, Benoit Millot, a acusar o técnico de “atitude intimidante e agressiva”. Fonseca já foi punido pelo Lyon e agora aguarda o castigo da liga francesa, que pode afastá-lo dos bancos durante vários meses.
Neste sentido, várias figuras do futebol português e mundial publicaram testemunhos em defesa de Paulo Fonseca, numa tentativa de, de alguma maneira, limpar a imagem do treinador luso, recordando o percurso “exemplar” de alguém que “sempre foi muito respeitador com os árbitros” por todos os clubes por onde passou.
Deco, diretor desportivo do Barcelona, destacou o “caráter íntegro” de Paulo Fonseca, reforçando que “situações de tensão acontecem no futebol” e que “isso não apaga a sua trajetória de seriedade e compromisso com o desporto”. Já Tiago Pinto, dirigente do Bournemouth, frisa que “o acontecimento no jogo com o Brest em nada reflete a personalidade do Paulo, tendo este sido um caso isolado”. “Do que conheço dele, estou seguro de que estará arrependido e se pudesse voltar atrás no tempo não hesitaria. No futebol as emoções por vezes levam-nos para situações inesperadas e depois arrependemo-nos, seguramente foi isso que aconteceu”, acrescentou Tiago Pinto, que trabalhou com Paulo Fonseca na Roma.
Dario Srna, com quem Paulo Fonseca privou no Shakhtar Donetsk, mostrou-se “surpreendido com o que aconteceu com ele em França, porque sempre foi muito respeitador com os árbitros”. “Trabalhei com o Paulo no Shakhtar durante vários anos e posso dizer que ele sempre foi um exemplo de profissionalismo. O futebol é um jogo emocional e, às vezes, as nossas emoções podem levar a melhor”, acrescentou.
José Fonte, jogador do Casa Pia, acredita que o episódio no jogo com o Brest “foi uma situação anormal e excepcional”: “Tenho a certeza que nunca voltará a acontecer”, frisou.