Carlos Ribeiro, presidente da A. F. de Lisboa, é hipótese para avançar com uma candidatura à presidência da Federação, caso Madail decida colocar um ponto final na sua liderança, de 14 anos, à frente do organismo. Decisão é conhecida no início da semana.
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O actual presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) mantém-se em reflexão sobre a sua continuidade e promete dar uma resposta, dentro de dois ou três dias, à direcção e às Associações de Futebol.
Tal como o JN adiantou na edição de ontem, Madail não poderá continuar a ser membro eleito do comité executivo da UEFA, caso abandone a Federação. Por isso, ou decide recandidatar-se ao actual cargo ou, no caso de resposta negativa, é altamente provável que passe a ocupar um posto honorífico no organismo, como, por exemplo, a presidência da Assembleia-Geral, numa lista liderada por outro concorrente.
Carlos Ribeiro é um nome bem posicionado para assumir a liderança da FPF, caso Madail diga que não. Presidente da Associação de Futebol de Lisboa há 11 anos, reúne o apoio informal da maioria das associações. É um nome muito respeitado, inclusive na A. F. do Porto.
Em conversa com o JN, não descartou qualquer possibilidade. "Qualquer cenário é possível. Mas, nos próximos 15 dias, nem quero pensar em nada, vou estar apenas ocupado com a organização da festa no nosso centenário", avançou Carlos Ribeiro, de 45 anos.
Advogado de profissão, aceitou descrever as características que, na sua opinião, deve possuir um líder federativo. "Necessita de apresentar uma visão global do futebol nacional, que inclui os atletas profissionais como os não profissionais. E capacidade de liderança e de ideias, para novos projectos. E, claro, disponibilidade". No entanto, a situação ainda é embrionária, dado que as associações são os representantes dos clubes e estes ainda não se debruçaram sobre qualquer nome. Trata-se de um processo que vai exigir enorme negociação, de parte a parte. Para já, a resposta de Madail está a condicionar os movimentos de todos.
Luís Figo, o mais internacional futebolista português de todos os tempos, disse, no passado recente, que gostaria de assumir o posto de presidente da FPF, mas, até ao momento, não se vislumbra qualquer avanço.
O apoio da associações é, por si só, a garantia de que o seu candidato será o presidente da FPF, visto que são maioritárias no figurino da Assembleia-Geral (AG).
Ontem, Avelino Ribeiro, presidente da AG, confirmou, à Lusa, que as eleições para os órgãos sociais vão decorrer de acordo com os estatutos em vigor do organismo.
Uma futura adequação dos estatutos ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas não afecta as eleições para os órgãos sociais da FPF. "A Assembleia-Geral vai ser feita, convocada e realizada de acordo com os estatutos que estão em vigor na Federação Portuguesa de Futebol", afirmou Avelino Ribeiro.
Depois de desencadeado o acto eleitoral, estima-se que o processo demore entre 30 e 45 dias. Ao que o JN apurou, o acto eleitoral não deve ocorrer antes de Janeiro.