O defesa, craque emergente, e o atacante, um dos mais veteranos e capitão do S.C. Braga, trocam galhardetes e revelam alcunhas e particularidades de caráter de cada um, num descontraído pingue-pongue, que teve transmissão direta nas redes socias do clube.
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Em "Duas de Letra", David Carmo e Wilson Eduardo, ainda e sempre em isolamento social e em férias forçadas pela pandemia de Covid-19, responderam esta quarta-feira a todas as perguntas dos internautas e nem se furtaram às questões de maior recato.
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"O Wilson? É o resmungão. Mas isso não é defeito. É um traço de personalidade, que distingue um dos nossos capitães. Mas é claro que, por vezes, ele solta umas bombas que atingem a todos", disse David Carmo, o defesa central de 20 anos, que este ano trepou dos "bês" à equipa principal do Braga, ainda pela mão de Rúben Amorim.
"O David? É o sono! Ele é o nosso soneca", respondeu Wilson Eduardo, a expor o suposto turpor do jovem colega nos treinos, mas a quem logo emendou o perfil. "Ele dá é muito pau!...".
"Com a porrada que ele dá, só pode ser o Materazzi. Ou o Jaap Stam", acrescentou Wilson, a gabar o rigor prático do central. E também a observar-lhe uma lacuna: "Se ele fizesse nos jogos um terço dos golos que faz nos treinos em bolas paradas já tinha marcado cinco ou seis no campeonato. No mínimo".
O próprio David reviu-se nas palavras do colega, mas disse seguir outro modelo entre os grandes centrais da Europa. "Prefiro que me comparem ao Varane, embora me falte a velocidade dele", afirmou o campeão europeu de sub-19, que hesitou e usou de toda a prudência quando lhe perguntaram pelo parceiro preferido na defesa do Braga.
"Vê lá no que te metes...", aconselhou-lhe Wilson. Por fim, David saiu-se o mais diplomaticamente possível: "Primeiro há que ver que nós jogamos com três centrais. E gosto de jogar com todos eles. Mas o Bruno Viana é o que me obriga a estar mais concentrado no jogo e, por isso, sinto-me mais tranquilo. O Raul? Esse também não deixa passar nada...".
Do alto dos seus 1,96 metros, o defesa natural de Aveiro, filho de basquetebolistas, também revela uma certa queda para o desporto dos gigantes das tabelas - "Eu também consigo afundar...", brinca Wilson - e observa ao colega outra partilha, a da ascendência angolana e a dos prazeres da muamba, que o atacante de 29 anos, natural de Pedras Rubras (8/7/1990) tanto aprecia, ele que até optou por jogar pela seleção dos "Palancas".
"Ainda esperei por uma oportunidade para jogar por Portugal. Até que decidi que tinha chegado a hora de aceitar o convite da seleção de Angola e seguir o conselho do meu falecido pai, que sempre me incentivou a jogar por Angola. E sinto um enorme orgulho nisso", disse Wilson Eduardo, que termina contrato a 30 de junho próximo e que diz ter "tudo em aberto".
"Tenho mantido sempre contacto com o presidente. Ainda há algum tempo para pensar nisso. Logo se verá o futuro da minha carreira", afirma o 7 dos "Gverreiros", vencedor de uma Taça e de uma Supertaça em cinco épocas no Braga.