Em entrevista a um canal de Youtube, Iker Casillas recordou o enfarte que levou ao final precipitado da carreira, quando representava o F. C. Porto, em 2019.
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No momento o pânico tomou conta do guarda-redes espanhol, agora com 41 anos, tanto que até confundiu o enfarte com alergia à relva. "Eu tenho alergias e o meu episódio ocorreu no dia 1 de maio de 2019. Eu pensei que estava a ter dificuldade em respirar por causa da minha alergia à relva. Enquanto caí ao chão, estava à procura de oxigénio e percebi que não estava a conseguir. Eu estava a contorcer-me de dor e foi um choque quando o doutor me disse que estava a sofrer um enfarte do miocárdio. Não consegues distinguir o que se estava a passar na tua cabeça e a realidade. Especialmente porque estava a praticar desporto, era um atleta, tinha uma vida saudável e sentia-me forte. É surpreendente quando aquela dor no peito te atinge, faz-te contorcer e tu sentes que mal consegues respirar. É verdade que os doutores agiram muito rapidamente e, num curto espaço de tempo, passámos de estar na Cidade Desportiva do Porto, no Olival, até ao hospital, a CUF. Muito obrigado", recordou o ex-internacional espanhol.
Atualmente, Casillas é embaixador da IDOVEN (startup que procura detetar problemas cardiológicos com base em inteligência artificial) e recebeu uma medalha de ouro da Associação Europeia de Ritmo Cardíaco (EHRA). "Estou muito honrado por representar um pouco daquilo que significa o mundo cardiovascular, especialmente depois do evento que tive há três anos. Obviamente que teria preferido não o receber, isso significaria que não tinha sofrido aquele episódio, mas já que aconteceu, tive a oportunidade de conhecer muito mais do que envolve problemas cardiovasculares e tudo o que implica um possível ataque cardíaco. Deixas de ter medo, começas a ter mais informação e entendes que há muitas pessoas que se dedicam a ajudar-te e a prevenir todo este tipo de problemas que nos afetam", explicou Casillas.
O antigo guarda-redes alertou para a necessidade da prevenção. "Esta má experiência também me permitiu dar-lhe a volta, acabou com um desfecho positivo, comparado com o que poderia ter sido. Sinto que sou uma pessoa com muita sorte. O que tento transmitir às pessoas é que devem prevenir, que não devem negligenciar a sua saúde, que considero ser o nosso bem mais precioso. Também devem fazer "check-ins" habituais de todo o tipo, não só cardiovasculares, mas no geral", concluiu.