O Instituto do Património Cultural solicitou a suspensão da obra da Academia do F. C. Porto na Maia, com base num parecer desfavorável da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). Os dragões garantem querer cumprir todas as medidas de proteção do património arqueológico no local do projeto.
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"Propõe-se a emissão de parecer desfavorável. Propõe-se que seja determinada a implementação das medidas propostas pelo município, acrescidas de prospeção intensiva e sistemática de superfície em toda a área de intervenção, sendo que os resultados obtidos com tais medidas deverão suportar um projeto devidamente informado e fundamentado que garanta, integralmente, a salvaguarda do património arqueológico em presença", pode ler-se no documento, citado pelo jornal "O Jogo".
Em causa, refere, então monumentos megalíticos, sendo que um está "sob a linha perimetal que define a unidade, pelo que é provável que seja afetado por eventuais estruturas de delimitação do parque". "Um outro monumento encontra-se na área ocupada por um dos futuros campos de jogos, cuja construção implica, seguramente, a destruição integral do monumento", acrescenta.
Clube garante querer cumprir medidas de proteção do património arqueológico
O F. C. Porto já reagiu à notícia, defendendo que na obra arrancaram apenas os trabalhos de desmatação, "sem qualquer movimentação de terras", como se pode "constatar no auto da Polícia Municipal".
O clube garante, de resto, estar empenhado "no cumprimento de todas as medidas de proteção do património arqueológico".
A academia, apresentada na passada semana por Pinto da Costa, presidente dos dragões, contará, entre outras coisa, com dez campos, um hotel com 72 quartos duplos e salas de estudo, para além de um estádio com capacidade para 2500 espectadores.
Na apresentação do projeto, Fernando Gomes, administrador da SAD portista para a área financeira, salientou que a academia "é o resultado de anos e não de dias de trabalho. "Foi há mais de dois anos que esta administração contactou a câmara municipal da Maia. Seria lamentável frustrar as expectativas dos portistas e negligenciar a atividade económica do F. C. Porto não avançar", referiu, na altura.