Centralização dos direitos televisivos: modelo espanhol agrada mais aos clubes
Próximo presidente da Liga Portugal terá o grande desafio de encontrar a fórmula perfeita que deverá mudar a face do futebol português a partir de 2028.
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Com as eleições da Liga Portugal agendadas para 21 de abril, o processo de centralização dos direitos de transmissão televisiva promete marcar o mandato do próximo presidente. Por esta altura, os prazos de definição do modelo de comercialização aproximam-se, mas o acordo entre todos os protagonistas continua longe de estar fechado. O Decreto-Lei aprovado pelo Governo de António Costa, em 2021, impõe a comercialização centralizada dos direitos de transmissão. Esse decreto obriga a apresentar o modelo à Autoridade da Concorrência até 2026 e aponta à implementação do novo modelo a partir de 2028.
De então para cá, a Liga Portugal criou um grupo de trabalho, “a Liga Centralização”, que vinha sendo administrado por Pedro Proença, eleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e Rui Caeiro, antigo diretor-executivo da Liga Portugal, também ele em trânsito para a FPF, e que contava com o Benfica, F. C. Porto, Sporting, Braga, V. Guimarães, Arouca, Penafiel e Ac. Viseu. De todos os modelos implementados nas cinco principais ligas europeias, sabe o JN, o espanhol é o que estará mais próximo daquilo que a maioria dos clubes portugueses pretende. Nesse modelo, metade das receitas é distribuída equitativamente pelos clubes, enquanto 25% da outra metade será de acordo com a performance desportiva da época anterior e os restantes 25% através da implantação social (sócios, audiências e bilheteira) de cada clube. Com este dinheiro, a Liga Portugal e a FPF esperam que os clubes tenham uma almofada económica que possa valorizar o espetáculo, melhorar infraestruturas e investir na melhor colocação do público nos estádios. Mas também elevar o nível de exigência da gestão dos clubes e do cumprimento do fair-play financeiro definido pela UEFA.