CEO do Al Hilal diz que orçamento não é ilimitado: "Pedem-me que não desperdicemos"
Esteve Calzada, CEO do Al Hilal, clube saudita orientado por Jorge Jesus e onde atua o internacional português Ruben Neves, assegura que o clube não dispõe de "dinheiro ilimitado" e tem "um orçamento para cumprir".
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O dirigente, que em novembro do ano passado troucou o City Group, dono do Manchester City, pelo cargo de CEO no Al Hilal, diz que o seu trabalho não difere muito do dos seus homólogos no futebol europeu.
"Pedem-me que cumpra com resultados e que não me desvie do orçamento, que não desperdicemos", explicou o dirigente espanhol, em declarações ao jornal "Marca".
Calzada negou a ideia de o futebol saudita se ter tornado numa "bolha" especulativa, lembrando que o estádio do Al Hilal enche para ver a equipa jogar. "O ambiente que se cria nos grandes jogos, como contra o Al Nassr, não está nada abaixo do da Europa", exemplificou.
Depois, "há um plano de crescimento estável e uma enorme base social" que, no seu entender, ajudarão o futebol a criar raízes na Arábia Saudita, país que entrou na alta roda da modalidade à custa dos muitos milhões de euros depositados pelo fundo soberano saudita (PIF) no Al Nassr, no Al Hilal, no Al Ahli e no Al Ittihad, que os aplicaram na contratação de estrelas como Cristiano Ronaldo (Al Nassr), Karim Benzema (Al Ittihad), Roberto Firmino (Al Ahli) ou Neymar (Al Hilal).
As declarações de Esteve Calzada surgem após ter sido tornado público que o PIF cortou as linhas de financiamento para os clubes poderem recrutar jogadores na reabertura do mercado. Quem quiser reforçar-se, terá de o fazer às suas custas.
Paralelamente a isso, começam a surgir os primeiros relatos de futebolistas desencantados com o que encontraram no futebol saudita, casos do brasileiro Roberto Fimino (Al Ahli) ou do inglês Jordan Henderson (Al Ettifaq), que já terão manifestado a intenção de mudar de ares em breve.
Ainda assim, Esteve Calzada continua a acreditar no projeto saudita. "Vejam-se os casos de Rúben Neves, de Milinkovic-Savic, de Mitrovic ou de Malcom. Todos vieram para cá no auge das suas carreiras. Também já me ofereceram muitos jogadores desde que souberam que eu vinha para cá", exemplificou.

