Chefe de missão admite que Portugal não leva os melhores aos Jogos da Lusofonia
Artur Lopes, chefe da missão portuguesa nos Jogos da Lusofonia, reconheceu, esta quinta-feira, que Portugal não estará representado na sua máxima força devido às datas do evento, que se realiza entre 18 e 29 de janeiro, em Goa, na Índia.
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"Infelizmente, não levamos aquele conjunto de atletas que gostaríamos por uma razão muito simples: a alteração de datas", admitiu em conversa com a Lusa o chefe de missão, Artur Lopes.
Os Jogos da Lusofonia, que estavam inicialmente marcados para novembro, tiveram de ser adiados, uma vez que as instalações necessárias não estavam prontas, tendo as federações portugueses proposto março como nova data, algo recusado pelos responsáveis pela organização em Goa, devido "ao calendário local".
"O que aconteceu foi que nós não pudemos levar as melhores participações e há, inclusivamente, algumas modalidades que não vão. No entanto, temos noção de que iremos ter uma boa prestação. Atletas que vão [estar presentes] vão dignificar o país e, a nível das várias modalidades, qualquer delas com certeza que vai ter, não em quantidade, mas em qualidade, uma boa prestação", garantiu Artur Lopes.
De acordo com o responsável pela delegação lusa, "uma boa prestação" tem a ver "obviamente" com a conquista de lugares do pódio e medalhas.
O vice-presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) considera que todas as modalidades representadas têm possibilidade de fazer lugares no pódio, mas aponta o ténis de mesa, o judo e o atletismo como mais prováveis.
Artur Lopes lamentou a ausência do futebol entre as modalidades representadas -- além das já citadas, também integram a comitiva atletas do taekwondo, do vólei de praia e do wushu -, assumindo que "a federação não teve possibilidade de arranjar uma equipa que fosse condigna do nome que Portugal tem a nível mundial no futebol".
"Portugal é muito bem credenciado a nível de futebol, tal qual como o Brasil. Foi uma perda muito grande para a própria organização", sublinhou, justificando que nesta altura os clubes não têm muitos jogadores disponíveis e precisam deles para as suas competições e calendários: "Não podemos levar uma representação de futebol, porque a data é realmente muito má".
No entanto, apesar das dificuldades, o chefe de missão de Portugal defendeu que os Jogos da Lusofonia fazem "todo o sentido" para "dignificar a lusofonia, para dignificar Portugal e também toda a língua portuguesa".
"Falta, obviamente, por exemplo, uma difusão mediática que leve a que os jogos sejam altamente conhecidos, o que se compreende na justa medida em que as maiores vedetas não estão", admitiu.
Para Artur Lopes "é muito bom que Portugal esteja na génese da manutenção de uns jogos deste tipo", embora os Jogos da Lusofonia tenham mais impacto em países que "ainda defendem a língua portuguesa", como Macau, São Tomé, Cabo Verde ou Moçambique.
Os Jogos da Lusofonia decorrem entre 18 e 29 de janeiro, em Goa, na Índia.