Do ano um de Todd Boehly à frente do Chelsea ficam maus resultados, contratações duvidosas e treinadores indefesos
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Está a fazer um ano que Todd Boehly pegou numa fatia considerável da fortuna pessoal e empresarial para se fazer dono e senhor do Chelsea, na altura diminuído e amedrontado com o futuro devido às consequências da invasão russa que não deixaram alternativa a Roman Abramovich que não fosse vendê-lo. Boehly pagou cinco mil milhões de euros e usou de palavras pomposas para dar como garantidos este mundo e o outro a um clube que se vinha habituando a, pelo menos, disputar títulos, dar luta pelos primeiros lugares e fazer a vida negra aos rivais. Nada disso, contudo, aconteceu no ano um depois de Boehly, marcado por resultados desoladores, despedimentos de treinadores, contratações duvidosas e um desbaratar inofensivo de dinheiro.
Há pouco ou nada que se aproveite nos primeiros 300 dias do empresário americano à frente ao Chelsea. Desportivamente, o desastre ganhou proporções ainda mais avassaladoras com a eliminação nos quartos de final da Liga dos Campeões, mas cair perante o Real Madrid é o menos. Na Premier League, por exemplo, os "blues" estão no 11.º lugar; já na Taça de Inglaterra e na Taça da Liga inglesa caíram logo na primeira eliminatória sem sequer fazerem cócegas ao carrasco Manchester City. Ao todo, perderam mais jogos (18) do que ganharam (15), sofreram mais golos (48) do que marcaram (42), e é quase certo que na próxima temporada não estarão nas competições europeias. Que, a juntar isso, o clube tenha investido mais de 600 milhões de euros em contratações - entre elas a de Enzo Fernández (ex-Benfica) e a de João Félix, cujo empréstimo por meio ano custou uns 11 milhões - resume bem o descalabro.
O desnorte, esse, explica-se, por um lado, com o facto de o Chelsea ter contratado tantos jogadores que, de acordo com o capitão Thiago Silva, obrigou a aumentar o balneário para que pudessem caber todos e, por outro, com a aberração de já estar a ser preparado o terreno para o quarto treinador, depois de Thomas Tuchel e Graham Potter terem sido corridos por não se entenderem nesta bagunça. Frank Lampard, contratado há duas semanas como interino, também tem os dias contados, faltando saber se Julian Nagelsmann ou Luis Enrique, apresentados como os grandes candidatos ao cargo, têm a coragem de meter a carreira a prémio em Stamford Bridge.
Enquanto 2023/24 não chega para renovar as esperanças "blues", ainda há sete jogos para penar até ao fim desta temporada, três deles contra Man. United, Man. City e Arsenal...