O ciclista luxemburguês Frank Schleck negou, esta quinta-feira, ter tomado qualquer substância proibida, apesar de ter tido um controlo antidoping positivo, que ditou o afastamento da Volta a França, e sugeriu a possibilidade de ter sido envenenado.
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O chefe-de-fila da RadioShack na corrida, de 32 anos, disse que "rejeita formalmente" ter consumido alguma substância ilícita e que pediu a contra-análise à amostra "B".
"Se esta análise confirmar o primeiro resultado, uma queixa vai ser apresentada contra uma pessoa não identificada por envenenamento", referiu Frank Schleck, num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social luxemburgueses e cuja autenticidade do seu conteúdo foi confirmada pelo porta-voz da RadioShack à agência AP.
Na terça-feira, a União Ciclista Internacional (UCI) afirmou que o corredor, terceiro classificado do Tour em 2011, foi informado de um "resultado analítico adverso (presença do diurético Xipamide com base no relatório do laboratório de Châtenay-Malabry) na amostra de urina recolhida num teste em competição durante a Volta a França, a 14 de julho".
Esta quarta-feira, antes da partida da 16.ª etapa da corrida, o diretor da "Grande Boucle", Christian Prudhomme, reconheceu que a decisão de a RadioShack ter excluído Frank Schleck foi "sábia e a única possível", apesar de admitir que o luxemburguês poderia continuar em prova.
"Nós soubemos ontem [terça-feira] que o Frank Schleck teve um resultado adverso, segundo a terminologia do comunicado da UCI. Isso deixa em aberto muitas possibilidades sobre a penalização ao uso da substância, dita específica, que pode passar simplesmente por uma advertência ou até a suspensão", explicou Prudhomme.
O controlo adverso de Frank Schleck, que ocupava o 12.º lugar da geral, a 9.45 minutos do líder, o inglês Bradley Wiggins, foi o segundo caso ligado ao doping no decorrer da prova, depois de o corredor Rémy Di Grégorio (Cofidis) ter sido detido em Bourg-en-Bresse no primeiro dia de descanso.
Os diuréticos não aumentam o rendimento dos atletas, mas podem ser utilizados como mascarantes, encobrindo o recurso a outras substâncias, e são associados a transfusões sanguíneas.
Xipamide é normalmente utilizado no tratamento de edema e hipertensão e Schleck tem a oportunidade de provar a sua inocência uma vez que este produto entra numa categoria que o Código Mundial Antidopagem designa "substâncias especificadas".
O documento diz que "se um atleta conseguir provar a circunstância em que a substância especificada foi administrada ou de que forma ficou na sua posse e que não tinha a intenção de melhorar o rendimento desportivo, a sanção pode ser reduzida no mínimo a uma advertência sem período de suspensão e no máximo a uma suspensão de dois anos".
Frank Schleck é irmão mais velho de Andy, declarado vencedor do Tour de 2010 depois de o espanhol Alberto Contador ter sido desqualificado por doping.