<p>Rio de Janeiro esmagou Madrid na votação final (66-32) e vai organizar os Jogos de 2016.</p>
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E os Jogos de 2016 serão no Rio de Janeiro! A Cidade Maravilhosa entrou para o Olimpo, ao esmagar Madrid na votação final (66-32). O anúncio fez explodir de alegria a delegação brasileira e Lula da Silva não conteve as lágrimas.
À terceira foi de vez. O Rio de Janeiro aprendeu com as derrotas para organizar os jogos de 2004 (ganhos por Atenas) e, sobretudo, de 2012 (Londres), e soube criar uma candidatura sólida e ambiciosa, à imagem do Brasil de hoje, indiscutivelmente a potência emergente a nível mundial e que, em 2016, deverá ser a quinta economia global.
O que ajuda a explicar que, depois de seleccionado para receber o Mundial de Futebol de 2014, o Brasil tenha sido escolhido para acolher, apenas dois anos depois, o maior evento desportivo do planeta. "Provámos ao Mundo que temos competência para fazer uma Olimpíada. Era muito difícil pensar que um país do Terceiro Mundo pudesse ser sede dos Jogos Olímpicos. O Brasil merece, aqueles que pensavam que o Brasil não tinha condições vão surpreender-se", afirmou o presidente Lula da Silva, que, sem conter as lágrimas, exclamou: "O Rio de Janeiro fará a mais extraordinária Olimpíada que o mundo já viu".
O presidente brasileiro revelou ter sido "um orgulho imenso" defender a candidatura da Cidade Maravilhosa na assembleia do Comité Olímpico Internacional (COI) e considerou que, com esta vitória, "o Brasil conquistou a sua cidadania internacional".
"É a hora e a vez do Brasil. O Brasil merecia fazer uma Olimpíada. O país está a sair do patamar de segunda classe e está a entrar no patamar da primeira classe. Esta é uma vitória de 190 milhões de almas, de todo o continente sul-americano", acrescentou.
"O Rio de Janeiro perdeu muita coisa ao longo da história. Foi a capital do Brasil, foi sede da Coroa Portuguesa. Os outros concorrentes apresentaram propostas, nós apresentámos também a alma do povo brasileiro. O Rio de Janeiro tem uma diferença, a gente tem alma, tem coração", disse, emocionado, Lula da Silva, concluindo com uma frase que expressava toda a alegria que lhe ia na alma: "Se eu morresse agora, já teria valido a pena viver!"
Barack Obama foi expressamente a Copenhaga para fazer, junto do COI, a defesa da candidatura de Chicago, a sua cidade adoptiva. A capital do Estado de Illinois foi a primeira a apresentar os seus argumentos, mas, nem o forcing do presidente dos Estados Unidos, que voltou a Washington antes da votação, evitou a eliminação logo no primeiro escrutínio. Obama, pela voz do seu principal assessor, David Axelrod, não escondeu a "enorme decepção".
O Rio de Janeiro via desaparecer cedo a candidatura apontada como a principal rival. Tóquio não passou na votação seguinte e a atribuição dos Jogos Olímpicos de 2016 discutiu-se entre o Rio de Janeiro e Madrid, que pela terceira vez concorriam à organização de uma Olimpíada.
E a Cidade Maravilhosa arrasou na votação final. O Rio de Janeiro recebeu 66 votos, mais do dobro de Madrid (32). A explosão de alegria dos brasileiros - "Foi Deus que me colocou outra vez numa equipa de vencedores", exclamou Pelé - contrastou com a tristeza espanhola. "Esteve muito próximo", lamentou o primeiro-ministro José Luis Zapatero, que deu os "parabéns" ao Brasil.