Fernando Gomes tornou-se presidente do organismo em dezembro de 2011 e quase tudo mudou para melhor. Portugal foi campeão da Europa
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Fez sábado cinco anos que Fernando Gomes se tornou presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). O que mudou desde lá? Quase tudo. O que poderia ter sido feito e ficou pelo caminho? Quase nada. Os elogios encaixam bem a quem tem obra para mostrar e a verdade é que houve uma revolução no organismo, durante os últimos 1825 dias, correspondentes a meia década.
A seleção nacional conquistou, pela primeira vez, um título internacional e só isso seria motivo mais do que suficiente para ficar na história
A seleção nacional conquistou, pela primeira vez, um título internacional e só isso seria motivo mais do que suficiente para ficar na história. No entanto, o responsável, nascido há 64 anos no Porto, apresenta outros argumentos de peso. Foi construído de raiz um centro de estágio, o futebol feminino conquistou um estatuto nunca antes conhecido e a estrutura tornou-se altamente profissionalizada. O quadro de pessoal foi mudado, como é exemplo a contratação recente de novos diretores para a área comercial e de marketing.
Assistiu-se, também, a uma maior redistribuição das receitas, mais proximidade com os clubes e com as associações e, principalmente, à angariação de patrocínios para as suas competições e seleções. A FPF tem, também, levado a bom porto a intenção de encher os estádios portugueses onde a seleção joga.
Na campanha para o cargo em 2011, prometeu a melhoria na formação, quadros competitivos mais eficazes e uma justiça disciplinar mais célere e eficaz. Três pressupostos que, progressivamente, têm sido cumpridos, a que se juntam ainda medidas, a impor a breve prazo, que teoricamente ajudarão a uma maior transparência. É o caso da publicação dos relatórios dos árbitros e a implementação do video-árbitro. Nesta situação, tem sido um dos impulsionadores da mudança, junto da UEFA e da FIFA.
Aspetos negativos também houve, mas sem o peso das conquistas. Em junho de 2014, Fernando Gomes garantiu que Paulo Bento seria o selecionador até ao Euro 2016 mas, em setembro, o técnico acabou por sair. O presidente alegou que Bento lhe disse que não tinha condições para continuar, versão que o técnico negou.
Pinto da Costa, líder do F.C. Porto, foi seu crítico acérrimo durante muito tempo, mas as relações entre ambos tiveram uma melhoria acentuada.
O braço direito
Tiago Craveiro, diretor-geral, é o braço direito de Fernando Gomes. Antigo secretário-geral da Liga, chegou à Federação Portuguesa de Futebol em agosto de 2012 e tem dado o seu contributo direto em quase todas as áreas cruciais do organismo, nomeadamente a estratégica. Ao mesmo tempo, faz parte do Comité de Marketing da UEFA, cargo para o qual foi nomeado em setembro de 2013. Nas eleições da FIFA, que tiveram lugar em junho, esteve sempre muito próximo do italo-suíço Gianni Infantino, que acabou por ser declarado vencedor. Além de Craveiro, há ainda outros nomes próximos de Fernando Gomes. É o caso de Pedro Dias, diretor para o futsal e para o futebol de praia, cuja competência e trabalho têm sido progressivamente reconhecidos e cuja esfera de intervenção pode, em breve, ser alargada. O vice-presidente Humberto Coelho, habitualmente mais perto do