A 3ª Volta a Portugal de Ciclismo feminina, apresentada esta terça-feira, vai para estrada de 13 a 17 de setembro. A primeira com cinco dias de prova, num desafio "inspirador" entre Lisboa e Gondomar, na ótica de Delmino Pereira, líder da federação, e já com uma candidata assumida, Vera Vilaça, vencedora do GP JN.
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A edição de 2023 será a primeira com cinco dias de prova e terá um pelotão de cerca de 100 corredoras, divididos por 15 equipas de Portugal e Espanha. Uma competição como o objetivo de promover o ciclismo feminino, mas também o de dinamizar a igualdade de oprtunidades, reforçando a de género, e o aumento da prática desportiva das mulheres, defende a federação da modalidade.
"É um evento âncora que alavanca todo este projecto e faz crescer a nossa dinâmica e as equipas. Desafia patrocinadores a investir e a fazer com que surjam outros organizadores, ainda recentemente tivemos o primeiro grande prémio JN feminino. É um processo irreversível", assumiu Delmino Pereira, líder federaitivo que garante ainda que o fenómeno ajudou a duplicar a actividade nos últimos dois anos.
Vera Vilaça, 25 anos, recente vencedora do Grande Prémio JN, representou a "Massi Tactic Women's Team", equipa profissional espanhola, e ao nosso jornal assumiu a ambição de vencer a competição. "É uma das provas mais importantes da época. Venho com a equipa que venceu o ano passado. Fiquei atrás de duas corredoras dessa formação e, sem dúvida, que o objetivo este ano é ficar com a camisola e tentar ganhar. Fui quarta na primeira edição, terceira na segunda e gostava de dar dois passos em frente e vencer", assumiu a ciclista ao JN.
A atleta assinou pela equipa profissional catalã (Girona) em 2023, numa experiência "diferente do que tinha anteriormente". "São muitas provas quase todos os fins de semanas e corridas desde fevereiro. Mas, também tive a oportunidade de entrar em algumas das maiores competições do calendário, caso da Volta à Espanha. O ritmo é muito diferente, o ciclismo feminino está a evoluir brutalmente e entrar neste andamento é dificil. Mas tem sido uma experiência muito boa", garantiu.
A nova exigência é ainda dificultada pela concilliação que a atleta assume com o curso de medicina que frequenta. "Sem dúvida que é possivel conciliar. Não vou dizer que é fácil, pois seria mentira. Tenho feito o curso à medida que vou conseguindo e por vezes não faço todas as cadeiras no mesmo ano. Mas vou sempre avançando, pois o desporto não dura para sempre. E, além do meu sonho do ciclismo, sempre quis ser médica e vou gerindo bem o meu tempo. Estou aqui e a seguir tenho de ir para o hospital onde tenho estágio", destaca.
Em Espanha, onde existiu uma forte reação de condenação contra Luis Rubiales - líder da federação de futebol que beijou a jogadora Jenni Hermoso sem consentimento - Vera admite não ter seguido o caso atentamente. No entanto, questionada pelo JN deixa a sua posição. "É uma situação com a qual não concordo .. Tem que haver respeito entre atletas e dirigentes … A única coisa que posso dizer é que durante o contacto que tive com o desporto em Espanha não tive qualquer problema dessa natureza. E tenho completa confiança em todo o staff com o qual tenho contacto", garantiu.