Clube Desportivo da Póvoa: hóquei esteve para acabar, mas agora subiu à 1.ª Divisão

Há feitos que valem por títulos e a recente subida do Clube Desportivo da Póvoa à 1.ª Divisão nacional tem esse sabor, num percurso de crença e superação que entra na história dos mais de 60 anos da modalidade no clube. Isto porque no arranque da época passada, o projeto do hóquei em patins esteve muito perto de não existir, mas uma conjugação de esforços e vontades acabou por fazê-lo avançar, permitindo, uma década depois, o regresso ao patamar maior.

“O presidente e os nossos dirigentes acreditaram no projeto e não o deixaram cair. Felizmente, conseguiram montar uma equipa e os jogadores superaram todas as expectativas”, recorda, ao JN, o treinador Vítor Silva, que já tinha conseguido subidas em Braga e Famalicão.

Composta, essencialmente, por jogadores da casa e um núcleo duro com vários anos de convivência, a equipa entrou em pista sem metas megalómanas. “O objetivo era ficar na metade superior da tabela. A Direção não nos exigiu a subida. A fasquia foi colocada por nós, alimentávamos o sonho de conseguir algo histórico. E o grupo foi acreditando”, completou o técnico.

O treinador reconheceu, sorridente, que o sucesso “criou um bom problema para o clube e o grupo resolverem”. “A 1.ª Divisão é muito exigente. Vamos manter 90% do plantel e juntar jovens com potencial. Mas sabemos que temos de trabalhar ainda mais”, disse o treinador Vítor Silva.

Já Sérgio Duarte, presidente do Clube Desportivo da Póvoa, enalteceu a magnitude do feito e destacou o trabalho dos dirigentes, técnicos e jogadores que “abdicaram de estar descansados em casa, e decidiram pegar num barco difícil e levá-lo a bom porto”. “O clube não financia equipas seniores com verbas públicas. A secção trabalha, angaria e paga. O nosso papel é dar-lhes ferramentas. Não vamos fazer loucuras. A nossa realidade é o equilíbrio. O projeto é para durar”, assegurou.