Clubes portugueses vão ter pela frente uma maratona muito desgastante na próxima época
Mundial de Clubes ainda não acabou e a temporada 2025/26 já está porta e promete mais competição. A época vai ser longa com a seleção a decidir o apuramento para o Mundial até dezembro. Confira o calendário.
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Nem vai dar para sentir o defeso. Com o Mundial de Clubes ainda a duas semanas do fim e o Benfica a manter-se em prova após o adeus do F. C. Porto, a nova temporada já bate à porta, cheia de competição, que vai ligar um ano ao outro, quase sem paragens no decorrer da época. Haja fôlego.
“A densidade competitiva será tal que a quebra física e a menor qualidade dos espetáculos serão inevitáveis. E nem sei o que poderá dar a questão laboral. Os jogadores têm direito a 22 dias de férias, o que em certos casos não parece estar garantido”, vinca, ao JN, Carlos Azenha, treinador de futebol. “A maioria dos jogadores e das equipas vão ter uma época densa, mas normal. Quem for ao Mundial de seleções é que terá muito em xeque, do ponto de visto físico”, defende, por outro lado, ao JN, o treinador Manuel Machado.
UEFA e supertaça já à vista
O sorteio das ligas profissionais, agendado para a próxima sexta-feira, será uma espécie de pontapé de saída de 2025/26. A Liga e a Liga 2 têm início no fim de semana de 9 e 10 de agosto, já depois de Sporting e Benfica, a 31 de julho, disputarem, no Algarve, a Supertaça. Mas, para Braga (Liga Europa) e Santa Clara (Liga Conferência), o próximo mês já será sinónimo de jogos oficiais, com a entrada em cena na segunda pré-eliminatória daquelas provas europeias, o primeiro de três degraus para atingir as respetivas fases de liga. Também o Benfica, mas na Champions, estará cedo em cena na terceira pré-eliminatória (5/6 de agosto e 12 do mesmo mês), com o play-off a seguir (19/20 e 26/27 de agosto).
Tal como na época passada, a Liga dos Campeões e a Liga Europa voltam a ter oito jogos cada na fase de liga, com presença certa lusa, no primeiro caso, do Sporting, e no segundo do F. C. Porto. Na prova milionária as rondas decorrem de 16 de setembro a 28 de janeiro, enquanto o início da segunda prova da UEFA de clubes será a 24 de setembro e o fim a 29 de janeiro. Já a Liga Conferência continua na versão de seis jornadas, entre 2 de outubro e 18 de dezembro. O modelo da Taça da Liga será idêntico ao da época passada, só com oito equipas. Os quartos de final serão a 29 de outubro e a final four entre 6 e 10 de janeiro. Também a Taça de Portugal merecerá atenção, com as equipas da Liga a entrarem em ação na terceira eliminatória (19 de outubro), sendo a final a 24 de maio.
Mundial histórico
O impacto do calendário será maior ao nível das seleções, dado que a fase de apuramento do Mundial decorrerá em dois meses e meio, entre 6 de setembro e 16 de novembro. Quem falhar o apuramento direto ainda poderá ter de jogar o play-off, em março do próximo ano, sendo que a fase final será a maior de sempre, com 48 seleções, o que prolongará a prova em mais uma semana do que o habitual, tendo início a 11 de junho e final a 19 de julho.
“As equipas com calendário mais denso terão de treinar menos, reduzindo o volume e a intensidade da preparação, para uma maior salvaguarda da componente física. Mas, mesmo assim, poderá não ser suficiente”, adverte o técnico Manuel Machado. Já Carlos Azenha alerta que a sobrecarga competitiva deverá reduzir as oportunidades de Portugal se aproximar do nível mais alto, das principais ligas europeias e assim esbater diferenças no ranking da UEFA. “Ingleses e espanhóis já estão claramente à frente, mas equilibrar com países como a Alemanha, França e Itália obriga a ter mais soluções. Sem bancos à altura ficará ainda mais difícil almejar subir no ranking”.