Treinador aproveita expressão usada por Toni Martínez para explicar o que quer da equipa portista. Mercado de transferências quase ignorado: "Se tivéssemos uns bons milhões...".
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Os dragões voltam esta noite (20.30 horas, SportTV1) ao campeonato e um sucesso frente ao Famalicão permitirá aproveitar o resultado do clássico entre Benfica e Sporting, mas Sérgio Conceição destacou a importância de a equipa entrar, tal como Toni Martínez fez frente ao Arouca, com a "faca nos dentes".
"O Famalicão vem numa série de quatro vitórias seguidas, tem bons jogadores, é organizado e não precisa de muitas chances para marcar. Temos de ser competentes para ganhar os três pontos", afirmou Sérgio Conceição, pouco expansivo quando o tema foi o dérbi de Lisboa. "Que seja um bom jogo, que ganhe a melhor equipa, nós temos de nos preocupar connosco", disse, antes de abordar o "hat-trick" de Toni Martínez na Taça de Portugal.
"No final do jogo, o Toni disse que entrou com a faca nos dentes. Tem de jogar sempre assim. Acho que ele tinha vontade de direcionar a faca a alguém, e eu penso que sei quem era [risos]. O jogo nem sempre corre bem, mas há outras características que têm de estar lá e ele teve-as. Disse-o ao Toni Martínez e ao grupo: não foram os golos, mas a atitude dele. Vale para todos os Tonis [do plantel]", especificou.
O F. C. Porto já perdeu mais pontos nesta Liga do que em todo o campeonato passado. " Temos de refletir e perceber o que não está a correr tão bem. Eu já percebi o porquê de perdermos esses pontos onde não é normal. Já não existe o tempo das vacas gordas, com equipas fenomenais. Somos um país vendedor", explicou Conceição, antes de abordar o mercado de transferências, no qual Benfica e Sporting têm estado mais ativos que o F. C. Porto.
Dois arrependimentos
"Temos um plantel e uma equipa B que dão garantias. Se tivéssemos uns bons milhões para ir buscar um ou outro jogador não diria que não. Mas não é o caso", assumiu o treinador, antes de fazer um balanço dos 300 jogos no F. C. Porto. "A nível emocional, sou exatamente o mesmo. Vocês não notam [risos]? Arrependo-me, se calhar, de ter olhado de forma fulminante para o [árbitro] Nuno Almeida ou de ter tirado o casaco, a braçadeira ter ido junto, mas das grandes decisões não me arrependo", garantiu, pondo um ponto final na "novela" com Jorge Costa, treinador do Ac. Viseu.
João Pedro Sousa quer equipa a "jogar no limite"
Em plena recuperação na classificação, com duas vitórias consecutivas na Liga, o Famalicão vai tentar, hoje, no Dragão, manter essa toada invencível, mas para isso o técnico João Pedro Sousa considera que a equipa tem de estar "no limite". "Queremos disputar o jogo e o resultado, mas sabemos que temos que estar no limite taticamente, tecnicamente, fisicamente e até em termos emocionais" disse o técnico. Sousa desvalorizou o número de pontos perdidos pelos dragões na Liga, esperando um adversário "forte e com atitude pressionante".
O treinador dos minhotos, que confessou ser admirador do trabalho de Sérgio Conceição, falou, ainda, da evolução da equipa. "Estamos a crescer, somos uma equipa jovem, que tem mudado um bocado a forma de jogar, mas estamos claramente melhores", salientou o treinador.