Tiago Moutinho orienta o Al Hussein, que também se estreia na competição, e o marco na carreira será contra Paulo Sousa.
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A realidade asiática não é só aquela toda bonita que desde há uns tempos tanta atenção tem merecido, principalmente na Arábia Saudita, mas também no Dubai e no Catar, onde o dinheiro parece não ter fim e o desenvolvimento futebolístico cavalga. Pelo menos, é o que nos vendem. Essa realidade asiática também é a da Jordânia, concretamente a de Irbid, ali a roçar a fronteira com a Síria e pertíssimo da Palestina e de Israel, lado a lado com a guerra, onde o Al Hussein tem “contentores a fazer de balneários” e treina quase sempre “num relvado sintético”. E falamos do campeão do país, orientado agora por Tiago Moutinho, o treinador português que ainda “pensou duas vezes” antes de rumar ao Médio Oriente. Foi há dois meses, descansado por aqueles que andam pelas redondezas e lhe apresentaram “um país calmo e seguro”, o que se confirma. O contexto, social e desportivo, até pode não ser o mais favorável, mas garantir-lhe-á na próxima quarta-feira um “marco especial na carreira”. “Será o meu primeiro jogo numa Liga dos Campeões. Como adjunto, já estive na Liga Europa, mas nunca numa Champions”, aponta o treinador, de 44 anos, que deixou a Académica (Liga 3) no final da época passada.
Curiosamente, também será a estreia do Al Hussein na maior competição de clubes da Ásia e, nem de propósito, será apadrinhada por um compatriota. O adversário é o Al Ahli, do Catar, comandado por Paulo Sousa. “Será o meu terceiro jogo contra ele, uma vez que o defrontei como adjunto no Sporting e no Belenenses (frente a Videoton e Fiorentina, respetivamente). Espero um melhor resultado desta vez”, refere, ao JN. “Um dos fatores que me levou a aceitar este projeto foi a possibilidade de disputar a Liga dos Campeões e defrontar grandes equipas e grandes treinadores. Estamos num grupo difícil, com adversários mais experientes e com orçamentos superiores, mas o objetivo é qualificar-nos para a fase seguinte”, acrescenta Tiago Moutinho, que tem outro português, Fernando Valente, como adjunto.