No último episódio da minissérie dedicada aos 20 anos de Cristiano Ronaldo na Seleção Nacional, intitulado "Conseguimos, mano", transmitido no Canal 11, o foco esteve na conquista do Euro 2016. O Mundial 2018, a Liga das Nações, o Mundial 2022 e a qualificação para o Euro 2024 também foram tema.
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O derradeiro episódio do documentário contou novamente com a participação de vários colegas de Seleção, como Pepe, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Quaresma. O episódio centrou-se na conquista do Europeu 2016 e nos vários momentos do maior feito futebolístico de Portugal. Foi ainda abordada a desilusão no Mundial de 2018, a alegria da conquista da Liga das Nações, o Mundial 2022 e a excelência do percurso de CR7 na Seleção Nacional.
O Euro 2016 foi um misto de emoções, desde a complicada fase de grupos, ao sofrimento na final. Mas, antes da prova, Pepe e Ronaldo sabiam da importância de vencer a competição. "Quando ganhamos a Champions, pelo Real Madrid, eu disse-lhe que tínhamos de conquistar uma competição por Portugal e ele retribuiu 'esse é o meu sonho'. No Euro 2016 começámos a acreditar mais a cada jogo", explica Pepe.
O capitão foi um dos símbolos de crença e teve um papel importante no trabalho invisível, que é feito fora das quatro linhas. Após uma fase de grupos com três empates, era Cristiano Ronaldo quem ajudava a "segurar as pontas". "Houve fases complicadas, especialmente na fase de grupos porque sentíamos que dávamos tudo e as coisas não saiam. O Cristiano e o Pepe foram muito importantes porque juntavam o grupo quando o tinham de fazer", contou Quaresma.
Portugal obteve três empates e passou como um dos melhores terceiros classificados. Após esse período de "trambolhões" como Pepe apelida, seguiu-se o triunfo com a Croácia, no prolongamento, e o célebre desempate por grandes penalidades nos quartos de final, contra a Polónia. Aí, Cristiano Ronaldo protagonizou o famoso episódio com João Moutinho, que não queria ser um dos marcadores. "O Cristiano olhou para o Fernando Santos e disse que o João Moutinho ia bater", conta Quaresma, demonstrando a influência de CR7 no seio do grupo.
Seguiu-se uma meia-final relativamente tranquila, contra o País de Gales, mas a final, como seria expectável, foi o apogeu. Seja de alegria portuguesa ou da riqueza de histórias que gerou.
Uma delas acontece mesmo antes do jogo quando, numa conversa entre o plantel, Cristiano Ronaldo teve uma atitude que impressionou Ricardo Carvalho. "Nunca vi o Ronaldo assim. Ele olha muito a ganhar e a fazer golos, mas ali ele só pensava em ganhar e não importava quem marcava. Sempre quis ser o melhor e ele dizer aquilo teve um grande impacto. Ele disse-me: tenho muitos títulos mas ainda me falta este", partilhou o antigo defesa central.
Poucos minutos após o início do encontro, Payet lesionou CR7 e esse momento trouxe alguma incerteza à equipa. "O Cris não é de ficar muito no chão e quando vi a ligar percebi que era grave. A equipa juntou-se mais e foi mais cirúrgica, o que resultou num jogo de sofrimento. Por muito respeito que tenha por todos, o Cristiano estar em campo é diferente", diz Ricardo Quaresma. Já para Nani, aquele foi o momento em que a equipa pôde retribuir o enorme contributo de Cristiano ao longo dos anos. "Também mostrámos que podíamos ser importantes para o Cristiano, como ele foi para nós em muitas ocasiões", explicou.
Quando o árbitro apitou para o final do encontro, Pepe, completamente desgastado, disse a frase que deu o título a este episódio final da minissérie. "No final abracei-me a ele e disse: conseguimos mano! Conseguimos ganhar algo por Portugal".
Após a desilusão do Mundial 2018, veio a alegria da conquista da Liga das Nações, em 2019. Seguiu-se o Mundial 2022, onde Portugal perdeu com Marrocos, nos quartos de final, e agora decorre a qualificação para o Euro 2024, onde Cristiano Ronaldo continua a impressionar e a bater recordes.
Este episódio, mais direcionado para essa conquista gloriosa do Euro 2016, não se centrou tanto em Ronaldo em si, mas sim na importância que o próprio teve para muita gente: colegas, treinadores e staff. Foi também o último laivo de homenagem ao jogador que bateu o recorde de jogos por uma seleção, ao chegar às 200 partidas, nas quais marcou 123 golos para se tornar o maior goleador ao nível internacional.