O Ministério Público arquivou o inquérito aberto ao treinador de futebol feminino Miguel Afonso por falta de prova, segundo adianta esta sexta-feira o Diário de Notícias (DN). O órgão disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol puniu desportivamente o técnico por 35 meses, depois de "18 inquirições a vítimas ou testemunhas".
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O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol vai manter o castigo ao treinador de futebol feminino Miguel Afonso, apurou o JN, apesar de o Ministério Público (MP) ter arquivado a queixa de alegado assédio sexual, como noticia o DN esta sexta-feira.
O órgão disciplinar desportivo condenou o técnico pela prática de cinco infrações disciplinares qualificadas como muito graves, afastando-o do futebol por 1050 dias, o que representa um castigo de 35 meses, além de o multar em 5100 euros.
A base desta decisão assentou, de acordo com o comunicado do CD de 3 de novembro, em "18 inquirições a vítimas ou testemunhas", "inquirições dos arguidos" e "análise de mais de 60 documentos, para além dos suportes de áudio e vídeo das inquirições".
Além disso, este processo disciplinar desportivo é autónomo relativamente ao processo criminal. Sendo assim, o castigo ao treinador imposto pelo CD só será levantado por decisão do TAD (Tribunal Arbitral do Desporto).
De acordo com informações recolhidas pelo JN, a FPF não recebeu nenhuma notificação ou ofício do MP.
O DN adianta esta sexta-feira que o MP arquivou o inquérito relacionado com este caso de alegado assédio sexual por parte do treinador Miguel Afonso, ocorrido na época 2020/21, porque "não se mostra minimamente indiciada a prática de crime de importunação sexual de menor por parte do denunciado no que à ofendida concerne". Por isso, a magistrada do MP da secção de Vila do Conde determinou "sem necessidade de mais considerandos, o arquivamento dos presentes autos, por ter sido recolhida prova bastante da inexistência de crime".
De acordo com o mesmo jornal, apenas uma atleta, na altura com 16 anos, prestou declarações ao MP, a única entre outras jogadoras que denunciaram o então treinador do Famalicão por factos ocorridos quando treinava a equipa de futebol feminino do Rio Ave.
O JN contactou Miguel Afonso que remeteu uma reação desta decisão do MP para a tarde desta sexta-feira.