Cristiano Ronaldo já demoliu metade do campo de futebol anexo à mansão, no Gerês, que agora é ocupada por Pepe, mas as obras de remoção terão de estar concluídas até quinta-feira, data em que expira o alvará emitido pela Câmara Municipal de Terras de Bouro. A construção está numa área protegida da Albufeira da Caniçada, inserida dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
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A demolição decorre do processo criminal que corre termos no Ministério Público de Braga. Quatro meses depois de o craque ter mandado deitar abaixo a Casa do Caseiro, por causa do mesmo processo, têm sido removidas grandes quantidades de terra do campo de jogos.
Aquele futebolista, assim como o arquiteto da obra, João Pimenta, não responderão por crimes de falsificação de documentos ou violação de regras urbanísticas, uma vez que os mesmos prescreveram em 2019. A obra tinha sido possível dada a suposta existência de uma construção anterior, o que não era verdade. Trata-se de um estratagema muito usado para contornar a lei, que proíbe a construção naquela área protegida.
Tal como o JN tem vindo a reportar, a Casa do Caseiro já demolida tinha uma área de cerca de 115 metros quadrados, enquanto o campo de jogos ocupa cerca de 300.
Estando ambos os terrenos muito próximos do rio Cávado, na Albufeira da Caniçada, nunca poderiam ser legalizados, por infringirem a Reserva Ecológica Nacional, violando ainda parte do domínio hídrico envolvente. Trata-se de ilegalidades insanáveis. Ambas as construções foram então realizadas à revelia do projeto inicial aprovado em 2007.
Venda a Pepe não formalizada
Há dois anos e meio foi anunciada a venda da mansão a Pepe, por dois milhões e meio de euros, mas até agora o negócio nunca foi comunicado à Repartição de Finanças, Conservatória do Registo Predial, nem à Câmara Municipal de Terras de Bouro.
Cristiano trata de tudo
Ronaldo continua a assumir-se como dono da propriedade, inclusivamente no alvará de demolição, mas com a frequência de Pepe na casa.