Cristiano Ronaldo "trabalhou muito bem" no Euro 2024, considera Martínez

Cristiano Ronaldo é um nome fundamental do futebol mundial, mas o peso dos 39 anos nota-se na prestação em campo e pode obrigar a uma gestão diferente do esforço do atleta. Quando questionado sobre o tema, Roberto Martínez salientou que CR7 "foi bem gerido" na última campanha europeia.

"Vimos isso no Pepe, que jogou a um nível superlativo. O importante passa pelo trabalho da equipa médica. Nós acompanhamos o seu desempenho através das estatísticas, que demonstram que o Cristiano foi bem gerido, bem utilizado. Tenho informação confidencial que comprova esta narrativa", começou por explicar ao "ZeroZero".  Roberto Martínez acredita, ainda, que o capitão da seleção portuguesa teve um desempenho dentro do papel que é pedido ao ponta de lança da formação das "quinas". 

"Abriu espaços, reagiu bem à perda da bola, mas acho que a falta de golo do Cristiano acabou por ser geral. O que o Ronaldo fez enquanto ponta de lança foi o que nós esperamos dele. Em geral, trabalhou muito bem", referiu. 

Já a missão de gerir uma estrela desta dimensão foi "simples" por conta do "compromisso". "Gosto muito da disciplina, do trabalho. Do ponto de vista físico, está a um nível impecável. Depois, prende-se com o dia a dia dele. É o capitão, gosta de ajudar os jogadores novos e a atitude é bastante positiva. O Cristiano, no meu entender, foi um exemplo no balneário durante o Euro 2024. O Cristiano, como capitão, representa a equipa. Trabalharam 42 dias juntos para tentar ganhar o torneio. Foi um prazer", atirou. 

Desempenho de Bruno Fernandes e Bernardo Silva

Após a eliminação no Europeu 2024, muito se debateu sobre o que poderá ter faltado a nível global ou até individual na equipa portuguesa. Para além de Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes e Bernardo Silva, até pelo mediatismo que têm no futebol europeu, foram dois nomes badalados pela possível falta de rendimento, mas Roberto Martínez discorda dessa análise.

"Sub-rendimento é quando um jogador não quer e não se mostra. Estamos a falar de dois jogadores muito inteligentes e com uma elevada capacidade de execução. Foram essenciais na forma como jogámos contra a França, por exemplo. Eles, tal como a restante equipa, criaram muito e não marcaram. Um problema coletivo. Faço um balanço muito positivo da prestação deles", analisou. 

A não convocação de Pedro Gonçalves

Roberto Martínez abordou, ainda, o tema dos eleitos para a competição e da ausência do médio do Sporting Pedro Gonçalves.

"É importante para mim. A minha força, enquanto selecionador nacional, é ser neutral. Não preciso de ter cores futebolísticas. Não tenho passado no futebol português, portanto, as minhas decisões são pela seleção. O Pote esteve inserido em todas as pré-listas, mas em março de 2024 acabou por lesionar-se e não conseguiu demonstrar o que tinha para oferecer", esclareceu. 

O futuro do eixo defensivo

Pepe findou a carreira, ao mais alto nível e com uma prestação muto elogiada, contudo, Roberto Martínez, acredita que a passagem de testemunho é natural e que existe talento para cobrir esta ausência. 

"Primeiro tenho de agradecer ao Pepe. Um jogador que se reforma agora só mostra que teve um foco muito grande para chegar ao Europeu e dar o que ele deu no balneário. Foi incrível", considerou, salientando a importância que os ensinamentos do veterano central poderão ter para a passagem do testemunho.

"O Gonçalo Inácio e o António Silva são jogadores que podem crescer muito no futuro devido ao que tiveram com o Pepe no balneário. Durante a primeira semana de preparação do Europeu tive a oportunidade de trabalhar com três jogadores jovens como o Renato Veiga, o Eduardo Quaresma e o Tomás Araújo. São centrais que têm muito potencial. O Gonçalo está a um bom nível, mas há muitos jogadores que agora podemos acompanhar", salientou.