Zidane, jogador da seleção francesa que marcou uma época no futebol mundial.
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Número 7 no Bordéus, 21 na Juventus e 5 no Real Madrid. Na sua carreira, Zidane só veste o 10 pela selecção francesa. Incrível, certo? Estamos a falar do melhor jogador europeu dos últimos 50 anos. A sério? Garantia da UEFA, em 2004. Dez anos antes, Zinedine é treinado pela dupla Toni-Jesualdo no Bordéus. Introvertido por natureza, Zizou já é então um craque da cabeça aos pés. Só lhe falta resistência.
“Quando cheguei ao Bordéus”, conta Toni, “o presidente disse-me que o Zidane só durava 60 minutos e respondi-lhe que os jogadores de classe duram 90. Era preciso trabalhar, trabalhar, trabalhar. A meio dessa época, era o jogador com mais minutos. Ele tinha liberdade completa do meio-campo para a frente e fazia a função defensiva com a ocupação do espaço. Bastava-lhe isso, tal e qual o Chalana no Benfica.”
A carreira de Zidane no Bordéus vale-lhe a transferência para a Juventus, em 1996. No campeonato italiano, a classe do francês é vertiginosa. “A sua relação com a bola é tão íntima que até parece brasileiro.” Palavra de campeão mundial, mais precisamente Carlos Alberto Parreira. Os dois cruzam-se na segunda jornada da fase de grupos do Mundial-98: Zidane é expulso, Parreira é despedido do cargo de seleccionador da Arábia Saudita.
Duas semanas depois, a França é campeã mundial com o selo de herói de Zidane pelo bis de cabeça (ainda com cabelo) na vitória por 3-0 sobre o Brasil e é aclamado como “presidente” pela multidão de 600 mil pessoas nos Campos Elísios. Mais à frente, em pleno Euro-2000, é eleito o melhor jogador do torneio pela classe exibida jogo sim, jogo sim. Que o diga a Espanha nos quartos de final e também Portugal nas meias-finais, no tal jogo do penálti de ouro pela mão de Abel Xavier.