Antonin Panenka. O nome é uma marca incontornável no mundo da bola. . Um Panenka é um penálti picado em que a bola sai devagar, devagarinho dos pés do marcador e entra suave, suavemente na baliza, com o guarda-redes deitado com um olhar esbugalhado/desesperado.
Corpo do artigo
Traduzido para português, a avaliar por aquele penálti com a Inglaterra nos quartos de final do Euro 2004, é um Postiga.
Antonin Panenka. O nome é o do presidente do Bohemians, mais conhecido como o do penálti mais famoso do mundo. No dia 20 Junho 1976, a capital jugoslava Belgrado recebe a final do Europeu. De um lado, a RFA, campeã europeia e mundial em título. Do outro, a surpreendente Checoslováquia, que eliminara Portugal na qualificação (5-0 em Praga, 1-1 nas Antas) e a favorita Holanda nas meias-finais (3-1 após prolongamento). Na decisão, os checoslovacos chegam ao 2-0 antes dos 25 minutos, por Svehlik (8) mais Dobias (24), e consentem o empate dos alemães no derradeiro instante, por Holzenbein.
O prolongamento passa-se, dessa vez, sem novidades e a final é levada para o inédito desempate de grandes penalidades. Aqui, prevalece a pontaria e loucura dos checos. Dizemos loucura porque Panenka, na hora da verdade, não se intimida com o calmeirão Sepp Maier e faz-lhe um pequeno chapéu. Para Pelé, “ou Panenka estava louco ou era um predestinado para o futebol”. Viktor, o guarda-redes checo da final, é de outra opinião: “Panenka era uma mistura dos dois”.
Três anos depois, os dois reencontram-se para a Taça UEFA 1979-80, num Bayern Munique-Bohemians. Há penálti, Panenka avança e? Maier defende. Mas é um Panenka, é a pergunta que se impõe. “Não, foi um normal. Também era abuso fazer isso duas vezes ao mesmo guarda-redes. Ainda por cima, o Maier. Uma instituição”.