Rosa Santos, eis o nome do único árbitro português a entrar numa coleção de cromos do Europeu. Estamos em 1988 e a fase final é na RFA. Agora já estamos em 2024 e a fase final é na Alemanha.
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O nome de Rosa Santos já pertence ao passado, claro. Mas continua bem presente em todos nós, seja pelo estilo de apitar, seja pela careca reluzente, seja pelo bigode castiço, seja pela presença em dois Europeus seguidos. Em ambos, apita a Inglaterra. “Primeiro em 1988, com a URSS. 3-1 sem espinhas, hein? A URSS jogava uma maravilha e era a Inglaterra de Bobby Robson, já eliminada. Depois em 1992, na Suécia, com a Suécia. Eles [ingleses] começaram a ganhar e a Suécia deu-lhes a volta. É o famoso jogo em que o Lineker deita a braçadeira para o chão na altura da substituição. Eu apanhei-a e devolvi-lha à porta do balneário. Ele agradeceu e ofereceu-ma. Ainda a tenho para aí em casa, o meu filho [Vítor Hugo] é que sabe dela”.
Uauuuu, a braçadeira de capitão da última internacionalização de Lineker mora em Beja. É de sonho. Rosa Santos tem mais relíquias em casa. “Tenho uma camisola azul da Sampdoria assinada pelo Mancini, o número 10. Ele ofereceu-ma depois da Supertaça Europeia com o Milan. E também tenho uma camisola do Humberto Coelho, de um Benfica-Estoril escaldante. O Humberto fez falta sobre o Cepeda e chamou-me filho da puta. Virei-me para ele e respondi-lhe à letra. Amarelo, toma lá. No fim do jogo, o Gaspar Ramos veio ter comigo a pedir desculpa pelo comportamento do Humberto Coelho e, depois, foi o próprio Humberto quem apareceu no balneário a oferecer-me a sua camisola. Ainda a tenho em casa.”
URSS, Inglaterra, Sampdoria, Milan, Benfica, Estoril. O que é isso comparado com? “O mais tramado para apitar era o triângulo das Bermudas: Lourosa, Santa Maria da Feira e Lamas”.