Figura do nosso contentamento com a camisola amarela do Beira-Mar e autor do único golo do Egipto no Mundial-90, vs. Holanda (de penálti), o maestro Abdelghani é um homem com queda para golos históricos.
Corpo do artigo
Nos anos 80, o Al Ahly ganha três Taças das Taças africanas de forma consecutiva, em 1984, 1985 e 1986. Em todas as finais, Abdelghani deixa a sua assinatura. Na primeira oportunidade, vs Canon Yaoundé, é seu o 1-0 no Cairo. Nos Camarões, repete-se o resultado magro para o anfitrião. Nos penáltis, Abdelghani até falha a baliza. Menos mal, o Al Ahly acerta todos os outros remates (4-3) e levanta o troféu no penúltimo dia do ano.
Em 1985, Abdelghani volta a dar que falar como autor do primeiro golo da final, agora vs Leventis United. Acaba 2-0 no Cairo, de nada vale o 1-0 dos nigerianos na 2.ª mão. Em 1986, Abdelghani dá o toque de magia, de penálti, a fixar o 3-0 vs Sogara. No Gabão, o 2-0 é mais que suficiente para entoar o grito de campeão.
Dos nove golos de Abdelghani nas Afrotaças, três marcam-se na final. É dose. No fundo no fundo, é Abdelghani. O que dizer de um médio com golos em três competições de alto nível como a Taça Africana das Nações (1984), Jogos Olímpicos (1984) e Mundial (1990)? O que dizer de um médio com oito golos decisivos em 16 marcados pelo Beira-Mar na 1.ª Divisão? E o que dizer de um médio com um golo na final da Taça de Portugal, vs. F. C. Porto (1991)?
Nessa tarde, o Beira-Mar perde 3-1 após prolongamento. Oito anos depois, em 1999, o Beira-Mar volta ao Jamor. E quem vai ao estádio? Nem mais, Abdelghani. "Sabia que o Jamor não me ia deixar mal uma segunda vez e foi cá uma festa. Que alegria, sobretudo por juntar duas equipas do meio da tabela: Beira-Mar e Campomaiorense (1-0 de Ricardo Sousa). Jantei com os campeões e senti-me como um deles." Craque da cabeça aos pés, palmas.