O futebol italiano reúne uma série de centrais do outro mundo. Um deles chama-se Giuseppe Bergomi, figura imensa do mundo interista. Toda uma carreira agarrada ao Inter, de 1979 até 1999. Nesses 20 anos, um só título de campeão italiano (1989). Na seleção, é campeão mundial (1982). Proeza rara, um jogador com tantos títulos de campeão nacional como do mundo.
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Eis Bergomi, um jogador raro. Sobretudo na seleção. É o primeiro defesa a marcar dois golos num jogo (Grécia, 1986) e é o primeiro suplente a ser expulso com dois amarelos em menos de um minuto (Noruega, 1991). A grande enorme gigantesca curiosidade de Bergomi prende-se com este recorde inigualável: quatro Mundiais nas pernas (um deles vale o título, insistimos) e zero jogos de qualificação.
Zero. Verídico. E inédito. Vamos lá explicar. Bergomi estreia-se em 1982, vs RDA, e é convocado para o Mundial. É suplente de caras. Só que Collovati lesiona-se no épico 3-2 vs Brasil e Bergomi entra em cena até à final. Como campeã mundial, a Itália salta a qualificação para o México-86. E, como organizadora em 1990, a Itália volta a estar isenta. No Itália-90, Bergomi é o capitão de equipa. Joga ao lado de Baresi. Nem assim a Itália se salva e é eliminada na meia-final pela Argentina, nos penáltis. Bergomi deixa de ser convocado.
Passa um ano. Dois. Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete. Em Junho 1998, Bergomi reaparece na seleção. É um pouco à imagem de 1982: joga um particular e é convocado para o Mundial-98. É suplente de caras. Só que Nesta lesiona-se na fase de grupos e Bergomi entra para o onze até aos oitavos-de-final. Agora sim, finito. Bergomi, dono de um senhor recorde de zero jogos de qualificação e 16 de fase final, com 11 vitórias, quatro empates e uma derrota (França, 1986).