O momento mais digno desse nome é o bis vs. França, em pleno Parque dos Príncipes, a 17 Novembro 1993. Joga-se o apuramento para o Mundial-94 e a França só tem de empatar e Cantona abre o marcador. Antes do intervalo, empate de Kostadinov. Aos 89 minutos e 41 segundos, é livre contra a Bulgária, numa espécie de canto mais curto, e o suplente Ginola cruza para a área, onde está Cantona. A bola é demasiado longa e vai parar aos pés do lateral Kremenliev. Daí para Balakov, deste para Penev. Passe longo para Kostadinov. O domínio é exemplar e Roche já está nas covas, o remate é glorioso e Lama nem a vê. Está feito o 2-1, aos 89 minutos e 59 segundos. Mais drama "c"est pas posible".
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Kostadinov é assim de imprevisível e genial, sobretudo em condições adversas. No F. C. Porto, onde joga e encanta durante quatro anos, desde 1990 até 1994, marca seis golos vs. Benfica e Sporting. Seis, atenção, é obra. De mestre. Todos os seis fora das Antas, quatro no José Alvalade e dois na Luz. No curto período de convivência com Bobby Robson, o seu futebol ganha outra dimensão e é vê-lo assinar dois hat-tricks em cinco dias, vs. Famalicão e Braga, ambos despachados por 5-0, ambos para a 1.ª Divisão.
Essa mania de marcar nos campos de Sporting e Benfica é antiga, veja bem. Como assim? Ainda como representante do CSKA Sofia, o bom do Kostadinov marca dois golos no José Alvalade num 4-4 famoso pela expulsão de Stoitchkov e um na Luz - coincidência das coincidências, é o último sofrido na grandiosa carreira de Bento. Pelo meio, hat-trick em Portimão vs. Portimonense. E é ainda hoje o último búlgaro a marcar num Mundial, em 1998, vs. Espanha.