Romário é uma figura imensa, muito maior que o seu tamanho. O homem é um revolucionário por natureza, em conflito permanente, ao estilo Maradona. Joga muito e sai à noite sem dar cavaco aos dirigentes nem aos treinadores. A sua mania de conciliar trabalho com prazer ao longo de toda uma carreira cheia de êxitos garante-lhe mais de mil golos e umas quantas frases eternamente célebres.
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Como aquela no PSV Eindhoven, onde colecciona 163 golos em 165 jogos. "Após a minha primeira noitada, Bobby Robson chamou-me ao gabinete e disse-me que não podia sair mais nem me comportar daquela forma, blá, blá, blá. Muito bem, estive quieto por duas semanas. Depois? Voltei a sair. Mas só até às três da manhã."
Ou aquela no Barcelona, onde faz 53 golos em 84 jogos. "Já sei, já sei, já sei que me vão perguntar se cheguei atrasado ao treino das 10h30? Sim, cheguei. E também já sei que vão dizer que tenho de pagar mil escudos por cada 10 minutos de atrasado. Mas sabem o que vos digo? Nem quero saber! Eu vou ganhar a Copa do Mundo-94. Com o dinheiro dos prémios, pago as multas todas. Já prometi isso ao Cruijff."
Ou ainda aquela no Vasco da Gama, onde passa a maior parte da carreira, com um total de 326 golos em 410 jogos. "A corte [o clube] está contente. Já havia um príncipe [Romário] e um rei [Eurico Miranda, presidente]. Agora, juntou-se o bobo [Edmundo]."
Adiante, a mais polémica de todas é sobre o ídolo da nação. "Pelé não é rei, é Deus. Inigualável. Mas Deus só abençoou os pés desse cidadão, e esqueceu-se do resto, principalmente da boca, porque quando ele fala, só sai besteira. Ou melhor, só merda. Pelé calado é um poeta."
E o Romário no Mundial-94? Cinco golos e o título de melhor jogador. Craque de boca aberta.