Os factos, esses malandros. Em cinco anos e meio de portugalidade, Tahar vê 62 cartões, entre 52 amarelos e 10 vermelhos, em 149 jogos. É obra, sobretudo aquela época 1995-96 com quatro vermelhos e 12 amarelos. Quatro?! Tem de ser recorde nacional. E até internacional.
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Tahar é fera. Seja em Leiria, pelo União, seja em Lisboa, pelo Benfica. Pelo meio, um convite do Sporting e outro do F. C. Porto. "Comecei bem e, ao fim de três/quatro meses, o Sporting já me queria para a época seguinte. Só que nunca mais houve contactos. Depois, o Leiria acabou em quinto ou sexto e o F. C. Porto interessou-se, através do Pinto da Costa. Houve até um jantar e estava obviamente interessado em jogar lá. E era para ser, só que, entretanto, o Toni ligou para mim e fomos almoçar. Ele era o director-técnico do Benfica e convenceu-me a assinar, até porque via muitos jogos do Benfica desde adolescente, culpa do Hajry, o primeiro marroquino de sempre a chegar a uma final europeia [Taça dos Campeões 1988]."
Na Luz, a vida de Tahar é dividida com Preud"homme. "Excelente profissional, nunca vi ninguém assim. Ele não gostava nada de dormir com alguém no quarto. Nem eu. Então, dividíamos o quarto. Quando eu estava suspenso ou lesionado, ele aí é que se sentia bem. Mas era um craque. No campo e fora dele. Lia imenso. Mas lia a sério, não é ler revistas. Lia livros grossos, de 200/300 páginas. E, como eu, não via televisão. Só lia, lia e lia."
Os factos, esses malandros. Tahar é o rei das assistências no Mundial-98. "Dos quatro golos de Marrocos, três foram a passes meus. O Zidane também fez três assistências, só que também fez mais jogos. Portanto, a FIFA atribui-me o título. Ainda o tenho lá em casa." Antes, no Mundial-94, Tahar vive um carrossel de emoções: é suplente vs. Bélgica, é titular vs. Arábia Saudita e é capitão vs. Holanda. Lá está, factos.