O Mundial2002 é de má memória. Para? Para Portugal. O início é horrível (3-2 vs EUA), o fim é angustiante (1-0 vs Coreia do Sul, com murro de JVP no estômago de todos nós, e ainda do árbitro argentino Ángel Sánchez).
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A eliminação em plena fase de grupos é fruto de planeamento desastroso aliado a um futebol caótico, muito aquém do exibido na fase de qualificação. A surpresa toma conta de tudo e todos, um pouco à imagem do adeus prematuro de duas candidatas ao título como França (sem um golo para amostra) e Argentina.
O Mundial 2002 é de má memória.
Para?
Para Zahovic. O número 10 da Eslovénia (e do Benfica) é titular no jogo de estreia, vs Espanha. Ao intervalo, vale o 1-0 de Raúl. Na segunda parte, aos 57 minutos, o selecionador Srecko Katanec faz a primeira substituição. Sai Osterc, entra Cimirotic. Aos 63 minutos, faz a segunda. Sai Zahovic, entra Acimovic. Beeem, Zlatko sai furibundo de campo. E diz das boas na cara de Katanec. No hotel, ainda mal refeito da derrota por 3-1, Zahovic volta a injuriar Katanec e é expulso do Mundial. Faz as malas e volta para casa.
Zahovic é craque em todos os sentidos. No Vitória SC, marca o definitivo 3-2 vs F. C. Porto em 1996 e transfere-se para as Antas, onde faz parte de um quarteto fantástico com Capucho, Jardel e Drulovic. À sua técnica apurada alia-se um olfato goleador nunca visto, daí que assine sete golos na fase de grupos da Liga dos Campeões 1998/99 e ainda faça o golo do penta, no José Alvalade.
A veia goleadora permite-lhe a saída para o Olympiacos e, depois, Valência, onde falha um penálti na final em 2001, em pleno desempate vs Bayern. É o adeus a Espanha e o regresso a Portugal, ao serviço do Benfica, onde reedita a dupla com Drulovic e é campeão português pela quarta vez em 2005, embora o seu último jogo seja em dezembro de 2004, num célebre 4-1 para o Belenenses no Restelo.