(Cumulo)Nimbus 25, nuvens de descanso

No Mundo da corrida há duas coisas claras, o preto e o branco, digamos assim: há o minimalismo dos drops baixos ou inexistentes, do chão a sentir-se sob a planta do pé, do zero aditivos, enfim, quase correr de meias (descalço dói, convenhamos); e há o maximalismo.

Poderíamos aqui citar marcas que se prezam por isso, mas não estamos aqui para comparar entre logos. Ora as ASICS Gel-Nimbus 25 só podem ser comparadas com as irmãs mais velhas. E são claramente maximalistas.

E o que quer isto dizer? Quer dizer um amortecimento que nos faz crescer uns centímetros, uma largura aumentada, tudo elevado ao expoente máximo. Menos a performance. Mas as Nimbus não são sapatilhas para bater recordes, para lá daquele que é o mais incrível de todos: o recorde da distância sem mazelas.

Foi com umas Nimbus que cruzámos anos de corrida, porque eram sempre a escolha segura. Aguentavam quilómetros e ofereciam aquele conforto que quem está a iniciar-se nestas lides exige para não correr o risco de atirar a toalha ao chão. A evolução encostou as Nimbus por opções mais leves, cada vez mais leves, até que os anos de corridas nos fizeram perceber que, afinal, eram amigas imperdíveis. Porque eram - e a beleza é que continuam a ser - a companhia perfeita. Descansam no armário quando nos pomos à prova e dão-nos a mão na recuperação. Antes, deram-nos as mãos na preparação, naquelas estafas de dezenas de quilómetros que continuamos a cumprir em preparação das porradas cronometradas.

As Gel-Nimbus 25 são, por maturidade, as mais cumpridoras nessa função de amparo certo. Testámo-las assim, entre provas puxadas, com os topos de gama de várias marcas, incluindo as Metaspeed da ASICS, essas penas que nos puseram a voar uns milímetros acima do asfalto (é ficção, claro, estamos claramente naquele centro preciso do pelotão, e felizes por isso). E que felicidade, correr (corrinhar, vá) sobre cumulonimbus (aquelas nuvens que metem medo quando se está num avião e que nos fazem sonhar com algodão doce quando as vemos de terra, aliás, o nome da sapatilha tem tudo a ver, não é?) como se nada fosse. Mas sem essa sensação retirar nada à estabilidade. E aí está a beleza desta sapatilha.

E porque são as Gel-Nimbus 25 assim?

Diz a ASICS que é pela melhoria no amortecimento (mais 20%), com a nova tecnologia de espuma FF BLAST™ PLUS ECO que se estende a toda a sola e com a tecnologia PureGEL™ que (obrigada) já se limita apenas à base do calcanhar. A leveza do modelo foi sendo conquistada, ao longo dos anos, com o sacrifício progressivo desta que era a imagem de marca do conforto ASICS, o gel. Está impercetível.

A parte superior, acrescenta a marca, oferece conforto acrescido por força da língua de malha fina presa às laterais e à forma do calcanhar. De técnica percebemos pouco e dizemos: certo, é fofo.

Da forma de cima, concordamos com a segunda parte - o desenho abraça o calcanhar com uma almofada mais estreita e com um material fino e não abrasivo que sobressai e continua por uma prega muito bem-vinda para ajudar a calçar a sapatilha (sem desfazer os atacadores, sim, sabemos que não se faz, mas a preguiça, senhores, a preguiça...). Já vimos línguas melhores, mesmo na própria ASICS.

Do resto das características técnicas cumpre dizer que o drop é o comum (8 mm de diferença entre o calcanhar e os dedos, de 41,5 mm para 33,5 mm, quase tacão alto, hein?) e que o peso é razoável (260 gr no modelo médio feminino, 292 gr no masculino). E saudar as crescentes melhorias na preocupação ambiental: 75% do material da parte superior é reciclado e a palmilha resulta de tinturaria com 33% de poupança de água e 45% menos emissões de carbono do que as tinturarias convencionais.

Em conclusão, as Gel-Nimbus 25 são boas companheiras para treino diário, longas distâncias e passeios lentos e tranquilos.

O PVP recomendado é de 200 euros. Caro. Comparativamente, as ASICS Novablast 3 custam 150 euros, oferecem quase tanto amortecimento e pesam menos 40 gramas.

Nota: o produto foi fornecido pela marca.