A pandemia de covid-19, que retirou os adeptos dos estádios e, consequentemente, todas as receitas de bilheteira, foi justificação comum aos três grandes do futebol português para os resultados financeiros relativos ao primeiro semestre de 2020/21.
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Apesar dessa condicionante, tanto F. C. Porto como Benfica tiveram mais gastos com o pessoal do que no primeiro semestre de 2019/20, ainda em pré-pandemia. Só o Sporting conseguiu reduzir esses custos no período em análise, mas não foi o suficiente para compensar as subidas dos rivais.
Contas feitas, no primeiro semestre da época anterior, águias, dragões e leões apresentaram, em conjunto, gastos com pessoal no valor de 125,4 milhões de euros (M€) e, na presente temporada, atingiram os 130,016 M€. Em ano de crise, trata-se de uma subida global significativa, apesar do corte verificado no Sporting.
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No que toca ao Benfica, a subida da época passada para a presente, nos semestres compreendidos entre 1 de julho e 31 de dezembro, cifra-se em 3,6 M€. Esta variação, explicaram as águias, é "explicada pelo aumento da massa salarial na sequência da forte aposta no reforço do plantel e da estrutura do futebol".
Já a SAD do F. C. Porto foi a que registou um maior aumento na despesa em análise. Da época passada para a presente, os dragões gastaram mais 7,7 M€ com o pessoal. De acordo com o esclarecimento prestado pela sociedade, isso deve-se sobretudo aos prémios distribuídos pelas conquistas do campeonato e da Taça de Portugal 2019/20.
A redução do Sporting, em 6,7 M€ quando comparado ao período homólogo de 2019/20, surge como um espelho da aposta na formação. "Este é o caminho de transformação do Sporting, um clube sustentável, que se baseia na formação", explica Miguel Braga.
Também preocupante é a dívida com empréstimos dos três, seja corrente ou não. São 575,6 M€, sendo que mais de metade da fatia pertence ao F. C. Porto (307,3M€). Benfica (145,5) e Sporting (122,8) estão mais folgados.
Crescimento
Passivo do trio atinge os 1213,3 milhões
F. C. Porto (497,3 M€), Benfica (425M€) e Sporting (291M€) têm um passivo acumulado de 1213,3 M€, superior ao registado no ano passado (1141,17M€). Também aqui o Sporting foi o único a baixá-lo. Porém, igualmente em contraciclo com os rivais, os ativos leoninos também desceram. Todavia, só a SAD das águias tem capitais próprios positivos. Dragões e leões têm passivo superior ao ativo.