A Air Designers foi a responsável pela criação da gigante mascote insuflável, presente no Mundial 2022, no Catar. O "La'Eeb" tem 15 metros e foi concebido diretamente de Pedroso, em Gaia, sede da empresa criada em 1998.
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De Gaia para o Mundo, mais especificamente para o Catar. A Air Designers concebeu a mascote insuflável que esteve presente no Mundial 2022 e fez parte, a 20 de novembro, da cerimónia de abertura no estádio Al Bayt. A empresa gaiense conta com vários trabalhos internacionais, mas o orgulho por este é especial. O JN esteve à conversa com Márcia Perrone, criativa comercial, e Paloma Perrone, responsável pelo desenvolvimento de negócios da Air Designers, para contar a história. "La'Eeb" mede 15 metros e só o rosto da mascote tem quatro metros.
"Recebemos uma chamada para saber se fazíamos um projeto de uma cabeça de cinco metros a flutuar no meio de um estádio de futebol. Achámos estranho, mas dissemos que sim. Não temos medo de desafios", começaram a contar. Márcia e Paloma explicam que a ideia da mascote surgiu de Michael Curry, um norte-americano que costuma estar envolvido nas cerimónias de Mundiais. Este contratou uma empresa italiana que, por sua vez, contratou a Carros de Foc, uma empresa espanhola que contratou a Air Designers para produzir a mascote insuflável, em parceria.
Veja a mascote do Mundial e alguns trabalhos da Air Designers
A Air Designers já concebeu trabalhos para grandes marcas como a Coca-Cola ou a HBO e está agora a produzir uma peça de 45 metros com a artista Joana Vasconcelos para a marca de luxo Dior, em Paris. De vários desafios que tiveram no passado, este foi dos mais exigentes.
"Tivemos a FIFA a trabalhar diretamente connosco e tínhamos de fazer constantes relatórios sobre a segurança do produto e qualquer alteração que nos fosse proposta tinha de estar pronta em poucos dias. Foi um grande desafio, mais exigente do que os projetos que fazemos habitualmente", contam Márcia e Paloma.
A nível técnico, produzir a mascote do Mundial foi um dos maiores desafios da empresa. Isto porque o rosto da mascote insuflável teria de ter a continuidade do Shemagh (lenço tradicional masculino do Catar), a cabeça teria de encher em apenas 20 segundos e a peça teve de ser produzida em três meses.
O desafio foi grande, mas o orgulho sentido é "gratificante". "Foi um grande orgulho, não só para a empresa mas também por Portugal fazer uma peça emblemática para o Mundial. Nestas cerimónias trabalham as melhores empresas do Mundo e ter Portugal e Gaia representados é gratificante. Não esperávamos que que quando chegássemos aqui a Pedroso o concelho nos recebesse com orgulho. Vimos moradores e a junta de freguesia a elogiarem o trabalho e este orgulho da comunidade é o que nos dá satisfação. Portugal tem talento em muitas áreas e por vezes pensa-se que só o que é estrangeiro é que é bom, mas nós provámos o contrário", relatam Márcia e Paloma Perrone.
Para o futuro, a Air Designers espera continuar a trabalhar em diversas áreas, desde o futebol à arte, sem nunca para de procurar novos desafios.