Despedimentos e funcionários a pão e sopa: o poço do Manchester United não tem fundo
"Red devils" preparam-se para levar a cabo mais um despedimento coletivo para tentar minimizar os prejuízos financeiros que o clube tem acumulado nos últimos anos. Ruben Amorim atribui responsabilidade à equipa de futebol.
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Está a fazer um ano que o multimilionário Jim Ratcliffe se tornou proprietário do Manchester United, então a passar dificuldades a todos os níveis e sem uma solução à vista para se levantar e esboçar qualquer coisa parecida com uma reação capaz de se reerguer. Nada mudou, entretanto. Pelo contrário. Mas Sir Jim Ratcliffe diz ter um plano e entre as medidas indispensáveis para o concretizar contam-se cortes avultados nas despesas. Funcionários serão despedidos e os que não tiverem essa sorte verão as suas regalias diminuírem drasticamente. Por exemplo: na cantina, apenas terão pão, água, sopa e fruta à disposição.
“É difícil para toda a gente, ver os amigos e colegas a perder o emprego. Há pessoas a perder o trabalho e o problema é a equipa de futebol. Nós somos o motor do clube. Gastamos dinheiro e não estamos a ganhar, também não estamos na Liga dos Campeões e então as receitas não são as mesmas”, comentou Ruben Amorim, também ele já com o emprego em causa por causa dos maus resultados desportivos desde que foi contratado.
Em comunicado, o Manchester United justificou este “plano de transformação” com os prejuízos financeiros acumulados dos últimos anos, que rondam os 400 milhões de euros. E como “isso não pode continuar”, segundo o CEO Omar Barrada, então a solução imediata passa por cortes significativos nas despesas, não na equipa ou nos salários dos jogadores, mas nos funcionários e nos departamentos considerados não tão importantes.
Deste plano faz parte um despedimento coletivo de “entre 150 a 200 pessoas”, que se segue a outro levado a cabo no ano passado e que custou a emprego a 200 funcionários. Na altura, de acordo com o "The Guardian", o clube transmitiu que não seria necessário haver mais despedimentos, mas a garantia caiu em saco roto. Em poucos meses, o Manchester United, que chegou a ter mais de mil funcionários, vai abdicar de cerca de 400 empregados, sendo que os que resistirem à razia também já sabem que terão as vidas mais dificultadas.
Entre outras coisas, vão deixar de ter acesso à cantina do clube no Centro de Treinos de Carrington e de fazer as refeições aí. Apenas os jogadores poderão almoçar de graça, enquanto os restante funcionários terão sopa e pão à disposição. Aos que trabalham no estádio Old Trafford será fornecida fruta. Tudo somado, os “red devils” contam poupar à volta de um milhão de euros com estas mudanças.
Um ano depois de assumir o controlo do clube, Jim Ratcliffe tarda em conseguir endireitar o Manchester United, permenentemente em crise desde há dez anos para cá. A sua chegada foi vista como um ponto de viragem, mas a esperança de que a solução passará por ele já foi maior.