Dia atribulado no GP Douro Internacional não "neutralizou" felicidade de Francisco Pereira
O dia atribulado do Grande Prémio Douro Internacional não "neutralizou" a felicidade de Francisco Pereira, da ABTF Betão-Feirense, que cumpriu o sonho de vencer, este sábado, a segunda etapa da competição. O corredor chegou isolado à meta, em Carrazeda de Ansiães, e entre lágrimas e sorrisos, festejou a conquista.
Corpo do artigo
Uma etapa complicada, com um desfecho contestável, marcou o dia no Grande Prémio Douro Internacional. Após o calor que ditou a dificuldade do dia anterior, desta vez foi a chuva intensa que trouxe adversidades ao pelotão de 93 corredores.
À partida da segunda tirada, em Santa Marta de Penaguião - município que recebeu pela primeira vez, e com muito entusiamos, a corrida do JN e d'O Jogo - o céu encoberto, com nuvens escuras no horizonte, fazia antever um dia chuvoso, que se concretizou antes da chegada a Murça. Depois do prémio de montanha de 2.ª categoria, no Alto do Cavalo, a corrida foi neutralizada devido ao perigo de queda criado pelo piso molhado.
O pelotão esteve parado mais de meia-hora, enquanto a organização, em conjunto com o colégio de comissários, os diretores desportivos e os corredores decidiam os destinos da corrida. Ao JN, Joaquim Silva defendeu que a decisão de neutralizar a corrida por causa das condições do terreno foi tomada cedo demais e que, por isso, os corredores optaram por neutralizar o resto da etapa e deixar a fuga, que já se havia formado ao quilómetro 23, discutir a etapa.
"O grande problema foi a neutralização ter sido muito cedo porque havia uma parte do percurso que tinha três quilómetros em paralelo, uma descida bastante acentuada, e chovia muito nessa altura. Estava muito perigoso. Só que a neutralização foi feita uns 10 quilómetros antes de chegarmos a essa parte e, então, fomos muito devagar. Quando chegamos lá em baixo, houve até miúdos que se sentiram mal com o frio porque estavam todos molhados", justificou o representante dos ciclistas. Questionada pelo JN no final da etapa, a presidente do colégio de comissários recusou-se a prestar declarações sobre o sucedido, remetendo para o comunicado do colégio de comissários.
Em comunicado, o colégio de comissários afirma que "em virtude das condições meteorológicas adversas verificadas no decorrer da etapa, agravadas a partir do quilómetro 90 e à descida acentuada, em piso empedrado (com sinalização de perigo), entre os quilómetros 103,7 e 105,5, o diretor da organização em acordo com o colégio de comissários, decidiu neutralizar a corrida à passagem pelo prémio de montanha de terceira categoria, em Vila de Fontelo, quilómetro 91,7".
Já Nuno Lopes, diretor da corrida, explica que a organização, em conjunto com os comissários, decidiu parar a corrida só na descida, que se tornou perigosa devido à chuva, mas com o objetivo de retomar logo a seguir. "Após o prémio de montanha foi neutralizada a corrida para que fizessem a descida em andamento controlado, para que não houvesse problemas, mas com o intuito de partirem imediatamente a seguir à descida", garante.
O sorriso contagiante de Francisco Pereira
Apesar de a etapa ter ficado marcada pela inusitada decisão, as atenções centraram-se então no grupo de sete fugitivos, que já tinha escapado ao quilómetro 23, onde estava o grande vencedor do dia. Com o pelotão em passeio nos últimos 40 quilómetros da etapa, os sete homens da frente assumiram a vontade de vencer. E o sol voltou a brilhar.
A 5000 metros para a chegada a Carrazeda de Ansiães, Francisco Pereira atacou para chegar isolado, festejando ao longo dos últimos 500 metros, o primeiro triunfo enquanto profissional. Um dia que acabou por ser perfeito para o corredor da ABTF Betão-Feirense que, com um sorriso contagiante, ofuscou o filme da tirada. Quem beneficiou do momento acabou por ser Francisco Peñuela, da Rádio Popular-Paredes-Boavista, que segue vestido de amarelo, até porque a etapa não contabilizou para a classificação geral individual.
No dominho, dia de eleições europeias, o pelotão cumpre a terceira de quatro etapas do Grande Prémio Douro Internacional, com a ligação de 129,6 quilómetros, entre Tabuaço e Armamar.