O ainda presidente do SC Espinho, Bernardo Gomes de Almeida, lembra que "o Espinho é dos sócios", mas garante que o clube não vai cair num vazio diretivo. Jogadores envolvidos em desacatos no último jogo vão ser alvo de processos disciplinares.
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Depois de um fim de semana atribulado, marcado pela descida dos tigres da Costa Verde aos distritais de Aveiro e por cenas de violência após o jogo com o Gondomar, em pleno relvado do Estádio Marques da Silva, casa emprestada dos espinhenses ao longo desta época, a direção, presidida por Bernardo Gomes de Almeida, decidiu apresentar a demissão.
O dirigente garante que o clube "não vai cair num vazio diretivo", mas tomou a decisão por não estar "agarrado a nada", nem ele nem qualquer elemento da direção que lidera, que "todos os dias trabalham em prol do clube a título gracioso", assinalou, aos canais do clube.
Lembrando que "ao longo dos últimos anos foram feitas coisas boas, outras menos boas, sempre num cenário de grandes dificuldades", Bernardo Gomes de Almeida antevê, ainda assim, "um futuro risonho" para o Espinho. "O novo estádio vai ser uma realidade. O clube está a criar condições para ter algum património próprio, como um pavilhão, e estamos a acabar de pagar dívidas antigas", referiu.
Apesar de manter confiança no rumo que traçou para o futuro do clube, o dirigente ressalvou que "o Espinho é dos sócios, e é a eles que cabe escolher o caminho a seguir", motivo pelo qual a direção que preside decidiu "por unanimidade" apresentar a demissão. "A seu tempo, decidirei consoante os projetos e propostas que surjam se devo apresentar uma nova candidatura", acrescentou.
Sobre o destino da equipa no Campeonato de Portugal, Bernardo Gomes de Almeida fala de "uma injustiça", de um "formato de campeonato vergonhoso" e de "uma fase final onde se passaram coisas inexplicáveis", mas nada disso justifica as cenas de violência passadas no final do jogo com o Gondomar.
"Houve comportamentos inadmissíveis de certos adeptos. Alguns deles estiveram envolvidos em incidentes no relvado após o final do jogo com atletas nossos, o que terá para os atletas consequências disciplinares", garantiu.
No regresso à cidade de Espinho, Bernardo Gomes de Almeida revelou ter sido escoltado por forças de segurança, "um aparato que dispenso". "O que é isto? Em que mundo em que vivemos? Foi um dos dias mais tristes da minha vida", desabafou o dirigente.