A organização do Rali de Portugal espera a presença de largas dezenas de milhares de adeptos, com uma forte adesão de espanhóis, e está expectante que a prova supere o retorno financeiro recorde estabelecido em 2022. Saiba como se organiza a maior prova do automobilismo nacional e quais as maiores dificuldades.
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Quais os principais desafios que encontraram na preparação deste Rali de Portugal?
Os maiores são, sempre, fazer uma preparação cuidada, com todos os elementos que integram o rali, desde a logística, câmaras municipais, INEM, forças de segurança, bombeiros e prestadores de serviços. Temos de agrupar tudo isso para que seja possível convergir, sem problemas, rumo à competição. Isto dá mesmo muito trabalho.
Quantas pessoas estão envolvidas na organização?
Do Automóvel Club de Portugal são cerca de 500 pessoas, além, claro, de muitos outros milhares. São perto de três mil militares da GNR que estarão de serviço ao longo dos três dias, bombeiros, Polícia de Segurança Pública e equipas de apoio.
Já referiu que os custos com a Guarda Nacional Republicana são elevados - de que valores estamos a falar?
Posso dizer-lhe que os custos com a GNR representam uma fatia bastante gorda no orçamento do Rali de Portugal. Sem entrar em detalhes, é algo que pesa imenso - claro que é um custo obrigatório, mas é muito pesado, isso é.
Faltam apoios estatais?
Eu admito que sim, muito embora eu esteja do outro lado, dos que gastam dinheiro e não dos que têm de o arranjar. Tenho é de gastar menos, portanto. Estamos com algumas restrições, tudo está cada vez mais caro e quando olhamos para o orçamento é na segurança que gastamos mais.
Mas é um gasto inevitável...
Não pode ser evitado, claro, porque a segurança é fundamental. Mas estamos a trabalhar para arranjar soluções para isso e vamos tentar arranjar forma de minimizar este impacto.
Que conselhos dá aos fãs que vão os troços?
Continuem, pelo menos, a fazer o que têm feito até aqui, exceto colocarem-se em posições perigosas. Se nós não dissermos que é uma zona espetáculo ou de público é porque é perigoso estar lá. Antes do carro 0 passa a nossa caravana de segurança e integrada na mesma vai a delegada de segurança da FIA, uma senhora que toda a gente conhece chamada Michèle Mouton [antiga piloto], que é intransigente nas regras de segurança. Ela já andou a competir dentro de um carro e sabe bem o que isso representa. Quando vê pessoas mal colocadas, obriga-nos logo a tirá-las dali.