Diretor Técnico Nacional espera "bons resultados e muito empenho" nos Mundiais
O Diretor Técnico Nacional (DTN) da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), José Santos, escusou-se a apontar lugares de pódio como objetivo para os Mundiais de Budapeste, mas disse esperar lutar pelas medalhas.
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"Temos 29 atletas, maioritariamente feminina, com 18 mulheres e 11 homens. Não tenho dúvidas nenhumas de que vão empenhar-se para fazerem as suas melhores marcas nos Campeonatos do Mundo. Vai perguntar-me por medalhas e por finalistas, mas isso depende de muita coisa", reconheceu José Santos, em declarações à agência Lusa.
Portugal apresenta-se na capital húngara com a segunda maior delegação de sempre, semelhante à apresentada em Berlim 2009, onde Nelson Évora alcançou a prata no triplo salto, e apenas atrás dos 30 de Atenas 1997, no auge de atletas como Fernanda Ribeiro, Manuela Machado ou Carla Sacramento.
"Dos nossos dois medalhados olímpicos, a Patrícia Mamona [prata no triplo salto em Tóquio 2020], infelizmente, não vai estar presente, devido a lesão, e o Pedro Pichardo esteve, durante muito tempo, com problemas físicos, mas espero que possa estar em condições", recordou José Santos, sustentando a sua dúvida sobre a candidatura a medalhas.
Face às dúvidas sobre o estado físico do campeão olímpico e europeu no triplo salto na defesa do título conquistado em Oregon 2022, cuja qualificação está marcada logo para sábado, o responsável técnico disse acreditar na sua recuperação.
"A FPA espera que os atletas estejam bem, como eles também esperam isso. Eu sei que há atletas que já não vão às competições se não se sentirem bem, porque não querem falhar", salientou, sem se referir diretamente a Pichardo, que não compete desde maio.
Mesmo assim, o DTN recordou o potencial de Auriol Dongmo, campeã da Europa e do mundo em pista coberta, e de outros "atletas promissores", como Isaac Nader, nos 1.500 metros, e João Coelho, nos 400 metros, e a "belíssima" estafeta dos 4x400 metros mistos.
"Temos representantes em todas as disciplinas, oito nos lançamentos, seis na velocidade e outros tantos no meio-fundo, quatro na marcha, três nos saltos... Acho que já se nota menos debilidade no nosso atletismo", vincou.
Dos 29 selecionados, 13 chegam à capital húngara com recordes pessoais estabelecidos já este ano, levando José Santos a resumir: "Não vou estar a dizer que espero medalhas ou finalistas. Vou esperar bons resultados e muito empenho".
A 19.ª edição dos Campeonatos do Mundo de atletismo vai ser disputada em Budapeste, entre sábado e 27 de agosto, pouco mais de um ano depois de Eugene ter acolhido a competição que tinha sido adiada em 2021 devido à pandemia de covid-19.
Nas 18 presenças anteriores, os atletas lusos subiram 23 vezes ao pódio, conquistando sete medalhas de ouro, sete de prata e nove de bronze.
Os títulos mundiais foram conquistados por Rosa Mota, na maratona, em Roma 1987, por Fernanda Ribeiro, nos 10.000 metros, e Manuela Machado, na maratona, em Gotemburgo 1995, por Carla Sacramento, nos 1.500 metros, em Atenas 1997, por Nelson Évora, no triplo salto, em Osaka 2007, por Inês Henriques, nos 50 quilómetros marcha, em Londres 2017, e por Pedro Pichardo, novamente no triplo salto, em Oregon g2022.