Do infortúnio inicial ao final perfeito: a 3.ª etapa do GP Douro ficará na memória da RP-Boavista
E foi mais uma etapa emocionante no Grande Prémio Douro Internacional. Depois de uma notícia que fez estremecer a RP-Paredes-Boavista no início do dia, após o abandono de dois corredores, o final perfeito: Tiago Leal e Francisco Peñuela chegaram juntos à meta, em Armamar, vencendo a 3.ª tirada e conservando a amarela.
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O infortúnio do início do dia fez antever o pior para a equipa do "professor" José Santos: nos primeiros 25 quilómetros da terceira etapa do Grande Prémio Douro Internacional, César Fonte e Raúl Rota abandonaram a corrida devido a "um vírus que se instalou no seio da equipa", e que já tinha levado à desistência de Hélder Gonçalves no primeiro dia.
Eram menos dois homens para defender a amarela de Francisco Peñuela, logo na etapa rainha da prova, que ligou Tabuaço a Armamar em 129,6 quilómetros. Reduzidos a quatro elementos, os axadrezados fizeram de tudo para proteger o líder. Não só conseguiram conquistar a etapa, como mantiveram a liderança da classificação geral.
Numa etapa animada por uma fuga que não apresentava sinais de perigo, com os escapados já demasiado longe da geral, no pelotão, o ritmo imposto pela Sabgal-Anicolor e pela Efapel Cycling já previa uma tirada muito atacada. Na última montanha do dia, na chegada à Praça da República em Armamar, os principais candidatos à vitória final tentaram a sorte.
Num grupo já reduzido de corredores, o primeiro a atacar foi o dinamarquês Mathias Bregnhoj, que estava a 10 segundos do camisola amarela, mas Tiago Leal - o fiel escudeiro do amarela - não deu espaço à Sabgal-Anicolor. "No final da subida, sabia que a Sabgal ia endurecer e as outras equipas iam tentar. Tentei meter um ritmo e ajudar o Peñuela nos últimos quilómetros. Quanto atacou o Mathias da Sabgal tentei fechar o espaço. Fechei o espaço e quando fechei o espaço, atacou o Arthem Nych e o Peñuela foi com ele" explicou, no final da etapa.
Decidido a não perder a camisola amarela conquistada no primeiro dia, em Resende, Peñuela respondeu ao ataque de Nych e foi na roda do russo até ao último quilómetro. Nos 500 metros finais da tirada, Tiago Leal chegou até ao seu líder e levou-o até ao fim, cruzando a meta em primeiro lugar. "Se me dissessem no início da etapa, eu não acreditava que ia ganhar. Foi um dia complicado para a nossa equipa, mas fomos bastante resilientes e conseguimos acabar o dia da melhor maneira. Amanhã veremos", completou o camisola azul, até agora o melhor trepador deste Grande Prémio Douro Internacional.
Logo a seguir aos dois panteras, David Dominguez da Aviludo-Louletano-Loulé Concelho (que trabalhou para Nicolas Tivani, a 14 segundos da geral no arranque da etapa) cruzou a meta, seguido de Tiago Antunes da Efapel, que estava a 19 segundos e ficou a 30.
Um "final de dia perfeito" para os axadrezados, que após terem ganho tempo aos principais adversários, estão apenas a um dia de cumprir o sonho de vencer a corrida organizada pelo JN e pel'O Jogo. A derradeira tirada, a mais longa e a mais plana da prova, cumpre-se esta segunda-feira, Dia de Portugal, em Lamego.