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O Europeu é uma competição especial e de memórias inesquecíveis para Portugal, coroadas com o título de 2016 e tudo o que ele representou para a afirmação e credibilização do futebol português. Todos os jogadores que participam neste europeu, vindos das mais diferentes geografias, merecem o meu respeito, dado o rolo compressor em que se tornou o calendário competitivo. A FIFPRO demonstra anualmente, com dados muito objetivos, o quão saturado está a ficar o calendário dos jogadores de elite, entre treinos, jogos, estágios, viagens permanentes e muitos jogos na chamada zona vermelha, sem o tempo adequado de recuperação, arriscando a saúde, comprometendo a qualidade e a intensidade do próprio jogo. Perante o autoritarismo crónico em que parecem viver os decisores do futebol e a pouca preocupação com a sobrevivência das competições nacionais e os milhares de postos de trabalho que delas dependem, estará certamente mais próximo um ponto de rutura. Um problema complexo no ecossistema futebolístico dos próximos anos, perante uma disputa hercúlea do protagonismo entre diferentes competições de clubes e seleções. Voltando à Alemanha, tenho grande confiança nos jogadores, dos mais experientes aos jovens que se estão a afirmar, no trabalho dos dirigentes, staff e equipa técnica nacional, todos profissionais de excelência e muitos deles amigos por quem ficarei particularmente a torcer do primeiro ao último minuto. Não existe maior motivação do que esta, a de um país que por vezes diaboliza, mas tem no futebol um setor em que pode ser gigante.
*Presidente do Sindicato dos Jogadores