Thibaut Courtois desde os 16 anos que era visto como uma promessa do futebol mundial e no sábado cimentou o seu legado, sendo considerado o herói da final da Liga dos Campeões.
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O desporto nasceu com ele por influência da família. Os pais praticavam voleibol e Courtois, inevitavelmente, também foi jogador da modalidade, tendo ainda competido no basquetebol e, ao mesmo tempo, em futebol regional.
Foi muito jovem para o Genk, uma equipa da Bélgica, país natal, e no começo nem sequer era guarda-redes. Os treinadores da formação viram o imenso talento que tinham, mas a filosofia do clube passava por colocar os jogadores a desempenhar várias posições no campo. Inicialmente competia como defesa esquerdo, mas num torneio em Solingen, na Alemanha, foi para a baliza e terminou sendo eleito o melhor guarda-redes da prova. "Pelo meu percurso no voleibol viram que podia ter sucesso na baliza e colocaram-me a guarda-redes", revelou à Chelsea TV.
Foi aí o primeiro dia do resto da vida de Courtois. De escalão em escalão estreou-se pela equipa principal aos 16 anos e logo mostrou a qualidade que tinha, com defesas impressionantes e uma envergadura de dois metros. Em 2011 transferiu-se para o Atlético Madrid, agarrando a titularidade numa equipa que brilhou durante três épocas. Em 2011/12 os "colchoneros" venceram a Liga Europa, na época seguinte a Taça do Rei de Espanha e em 2013/14 foram campeões nacionais, alcançando ainda a final da Liga dos Campeões, derrotados pelo Real Madrid, sempre com Courtois como figura importante na baliza.
Seguiu-se então a aventura no Chelsea, com Petr Cech, histórico guarda-redes dos "blues" como mentor. Foi de imediato uma figura importante, tendo conquistado duas Ligas inglesas e uma Taça da Liga. Após quatro temporadas no futebol inglês, chegou uma chamada irrecusável.
Foi anunciado como reforço do Real Madrid em 2018, momento que posteriormente classificou como "um dos melhores dias da minha vida". Apesar da primeira época não ter corrido de feição, acabou por substituir Keylor Navas, guardião que conquistou três Ligas dos Campeões pelos "madrilenos", numa forma de rejuvenescer o plantel. A qualidade entre os postes era inegável, mas o momento mais alto da carreira chegou este sábado.
Thibaut Courtois foi o herói da final da Champions frente ao Liverpool, travando a investida ofensiva dos "reds" para manter a baliza a zeros, tendo completado um total de dez defesas. Após ser eleito o melhor jogador em campo, deixou algumas farpas ao público inglês. "Em Inglaterra não tenho o respeito que mereço e hoje mostrei a minha qualidade. Queria colocar respeito no meu nome. Houve uma revista que em março não me colocou no top-10 de melhores guarda-redes. Não têm de me colocar como número um, mas não estar entre os dez melhores é estranho", disse.
Estas declarações são relativas à publicação britânica FourFourTwo, que retirou o guardião belga do top-10 dos melhores guarda-redes do Mundo na edição de março. Courtois acrescentou que antes da final viu muitos comentários depreciativos vindos dos média ingleses e que isso foi uma motivação extra para a partida.
Do voleibol, de defesa esquerdo, das críticas até ao "show" na final da Liga dos Campeões, o percurso de carreira de Courtois resume-se a superar obstáculos e nunca se deixar ir abaixo por algumas fases más. "Quando jogas contra o Real Madrid sabes que eles vencem finais, agora estou no lado bom da história", disse antes do jogo contra o Liverpool. Não só estava no lado bom da história, como fez história, ao ter uma das melhores exibições na baliza numa final da Liga dos Campeões.