F. C. Porto chega aos oitavos como cabeça-de-série, após vulgarizar Atlético. Cheirou a goleada antes do susto final
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A coreografia que marcou a entrada das equipas para o derradeiro encontro da fase de grupos dificilmente poderia ter sido mais bem escolhida. Mais de 45 mil cartolinas em forma de estrela inspiraram a constelação portista que, simplesmente, vulgarizou o Atlético de Madrid e atirou os colchoneros para fora da Europa. A honra e a glória, essas, ficaram todas para a equipa de Sérgio Conceição que, depois de duas derrotas seguidas a abrir o Grupo B, somou o quarto triunfo consecutivo e, graças também ao empate entre Bayer Leverkusen e Club Brugge, encara o sorteio dos oitavos de final como cabeça-de-série.
A injustiça de Madrid, quando o Atlético bateu o F. C. Porto, por 2-1, na estreia da Champions 2022/23, teve direito a troco na mesma moeda, mas o resultado final não mostra minimamente aquilo que se passou na Invicta. Perante uma equipa espanhola cheia de qualidade, mas que vive amarrada pelos próprios medos, os dragões assinaram uma exibição fantástica, embalados pelo golo de Taremi, logo aos cinco minutos, a concluir uma grande jogada de Pepê e um remate falhado de Evanilson.
Quando Eustaquio ampliou para 2-0, aos 24m, após Galeno deixar Savic sem saber para onde se virar, já Oblak tinha mostrado toda a qualidade, num filme que se repetiu vezes sem conta e que é o melhor argumento para demonstrar que o 2-1 final peca, e muito, por escasso.
O duelo teve momentos de elevadíssima nota artística, como num lance de Galeno, Taremi e Evanilson que só não deu em golo de Otávio porque o guarda-redes esloveno estava no sítio certo. Mesmo a precisar de vencer para rumar à Liga Europa, o Atlético fez o primeiro remate digno desse nome apenas ao minuto 60 - Diogo Costa travou João Félix -, enquanto no outro extremo o perigo sucedia-se a um ritmo difícil de acompanhar: Evanilson, por duas vezes, Galeno e Wendell também não conseguiram superar Oblak.
O Dragão encheu-se de "olés", mas a festa final dos adeptos não se fez sem um ligeiro susto. Aos 90+5 minutos, após um canto, Marcano marcou na própria baliza e o Atlético ainda teve uma última oportunidade para tentar o empate, mas, ao contrário do que aconteceu na capital espanhola, o F. C. Porto teve todas as estrelas do seu lado.
Mais: O F. C. Porto brilhou como um todo, mas seria injusto não destacar Taremi. Oblak salvou o Atlético da goleada.
Menos: Giménez e Savic foram destruídos por Taremi, Galeno e companhia. Saúl Níguez e Correa quase não se viram.
Árbitro: Noite tranquila de Daniele Orsato, mas ficaram algumas dúvidas na falta que "anulou" um golo de Griezmann aos 68 minutos.